Pesquisadora de SC cria método para medir contaminação por petróleo em pescados 1q6362

Método que analisa a contaminação foi desenvolvido por Ana Paula Zapelini de Melo se tornou protocolo oficial do Ministério da Agricultura z4n5u

A catarinense e manezinha da ilha Ana Paula Zapelini de Melo agiu de forma rápida e eficaz quando o litoral brasileiro pediu socorro, em 2019, após uma grave contaminação. Um desastre ambiental espalhou milhares de litros de petróleo na costa brasileira atingindo 11 estados e mais de 4 mil quilômetros de extensão.

O fatídico episódio, supostamente de autoria de um navio grego, coincidiu com o período em que Ana Paula estava desenvolvendo sua tese de doutorado, através do Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina. A urgência e o anseio de ajudar o país naquele momento falou mais alto. Foi então que a pesquisadora direcionou os trabalhos para identificar nos pescados o tamanho do prejuízo provocado pela enorme mancha de óleo.

Catarinense fez pesquisa sobre contaminação por petróleo em pescadosPesquisa sobre contaminação foi possível graças à parceria do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento com o Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da UFSC – Foto: Divulgação/ND

Os compostos altamente contaminantes e cancerígenos encontrados no petróleo foram alvo da pesquisa. Utilizando uma cafeteira elétrica, dessas que utiliza cápsulas, a pesquisadora elaborou um método que mede a presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, os HPAs, nos pescados e outras espécies marinhas voltadas para o consumo humano. O sucesso da pesquisa e do método rendeu não só o título de doutora para Ana Paula, como se tornou o método oficial do Ministério da Agricultura para agir neste tipo de situação.

“Se um novo desastre ambiental envolvendo petróleo acontecer, já temos um método testado e aprovado para colocar em ação, se necessário” explica Ana Paula.

A cafeteira entrou em ação porque a temperatura e a pressão empregadas pelo eletrodoméstico na hora de ar um “cafézinho” é muito parecido com um método já utilizado em análises como estas. Trata-se da extração por líquido pressurizado (PLE).

“Precisamos agir rápido e a cafeteira era o que tínhamos disponível naquele momento”, explica.

A pesquisadora Ana Paula Zapelini de Melo em laboratórioCatarinense pesquisou o tamanho do prejuízo provocado pela enorme mancha de óleo após contaminação – Foto: Divulgação/ND

A pesquisa foi possível graças à parceria do MAPA (Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento) com o Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos, da Universidade Federal de Santa Catarina. O ambiente da pesquisa foi o SLAV-SC, Setor Laboratorial Avançado, localizado na sede do MAPA em São José, na Grande Florianópolis. O auditor fiscal federal, Rodrigo Hoff, reforça que este tipo de parceria com as universidades traz excelentes resultados para a sociedade. “Todos saem ganhando, já que é um método que garante a segurança dos consumidores e da fauna brasileira”, reforça.

Como funciona o método para medir nível de contaminação? z4o

Como o método se tornou oficial, o SLAV-SC atende todos os estados brasileiros. Os pescados chegam em embalagens identificadas. am por uma espécie de liquidificador até virar uma pasta. Depois que a pasta seca, uma pequena porção é colocada dentro de uma cápsula plástica, que recebe pressão e calor. O líquido extraído é utilizado para a análise.

Hoje um equipamento mais moderno faz a vez da cafeteira. Foi preciso investir em tecnologia para atender a demanda nacional, já que o laboratório catarinense virou referência neste tipo de análise e recebe amostras de todos os estados brasileiros

Ana Paula não imaginava que sua tese de doutorado tomaria esta proporção. “Eu fico muito feliz que tenha se tornado protocolo oficial. Todo o trabalho foi feito em equipe, com profissionais de outras áreas. Foi um trabalho em conjunto que deu certo e agora é oficial no país”, comemora a pesquisadora.

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