Com o mês de julho mais quente da história, 2023 veio carregado de desastres climáticos com ciclones, alagamentos e enchentes, já estaríamos sentindo o efeito da ebulição global? O termo foi trazido a público pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, em pronunciamento sobre a crise climática, em Nova York, no dia 27 de julho deste ano.

Em outubro Santa Catarina enfrentou volumes de chuvas históricos, que resultaram em cidades cobertas por água, ventania furiosa, mortes e incontáveis prejuízos. Porém, o climatologista Piter Scheuer, explica que o responsável por tudo isso é o El Niño.
“Essa condição que a gente tá vivenciando é por conta do fenômeno El Niño, um fenômeno climático causado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que faz com que nós tenhamos eventos de temporais severos, eventos de chuvas volumosas, enchente, problemas com seca na região do Nordeste e Norte do Brasil”, destaca Scheuer.

Ainda de acordo com o climatologista, o aquecimento global pode contribuir de forma secundária para estes desastres, mas o El Niõ é o protagonista no momento.
“O El Niño é o principal responsável por estar trazendo esses impactos, e secundariamente pode ter alguma influência do certo aquecimento que vem acontecendo por conta de algumas ações do homem, mas o principal é o El Niño”, enfatiza.
“Em tese sim, de fato talvez” a ebulição global em SC 3k413e
Sergey Araújo, professor de climatologia da Univali, destaca que é necessário dados mais concretos para identificar se Santa Catarina já sente os efeitos da ebulição global.
“Em tese sim, de fato é talvez. É necessário observar os dados e existem muitas variáveis para alguns desses temas como El Niño e La Niña, como alteração do uso do solo, ocupação de áreas suscetíveis e etc”, explica Araújo.
Entretanto, a posição geográfica e o relevo catarinense contribui para alguns desses eventos. “Esses processos de chuvas mais fortes, inundações estão presentes em nossa história. Alguns eventos como tornados, microexplosão etc. já ocorriam em nosso Estado, mas não eram divulgados e as vezes nem computados pelos municípios”, salienta Araújo.