João* é um dos moradores da cidade de Balneário Arroio do Silva, cidade litorânea do extremo Sul de Santa Catarina. Após as fortes chuvas dos últimos dias, ele encontrou um material valioso na praia da cidade.
Morador encontra “vômito de baleia” em praia de Balneário Arroio do Silva. – Vídeo: Internet/Divulgação/ND
O material, segundo ele, trata-se de “vômito de baleia” e foi encontrado na quarta-feira (4). O morador conta que “já fez os testes e ele cheira forte e também pega fogo, então acho que é mesmo”, explicou o morador.
Ele disse que avistou o objeto ainda na água e que entendeu o que significava pois tinha lido uma matéria no portal ND+. A matéria o motivou a querer vender o item, e atualmente ele está procurando compradores para a peça rara. “Quero vender, sabe? Já entrei em contato com lugares, sem retorno e quero vendê-lo”, citou.
Afinal, o que é o tal vômito de baleia? 3z2cy
O “vômito de baleia”, que na verdade é âmbar cinza, é produzido dentro do estômago dos animais em um pequeno número de cachalotes. Ele é fruto de um tipo de indigestão e usado na produção de perfumes e outras substâncias luxuosas.
A substância é tão valiosa que o pescador tailandês Narong Phetcharaj, de 56 anos, resgatou uma peça semelhante à que Márcio diz ter pego. O vômito resgatado tinha cerca de 30k, que pode valer até 1 milhão de libras, que equivale a R$: 7 milhões.
Âmbar cinza é raridade, explica professor 242u39
Uma porção deste vômito pode fazer o vendedor faturar uma bolada, mas outra peculiaridade é que o achado é considerado raro. O professor de Ecologia e Zoologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Paulo Simões Lopes, diz que até existem baleias cachalotes, responsáveis por expelir o âmbar cinza, mas o fator geográfico influencia no assunto.
“Em toda aquela costa entre a Tailândia e o Japão, existe uma costa abissal, o oceano é muito fundo perto da praia, ele desce verticalmente. E as baleias cachalotes gostam desse oceano fundo, então por lá elas acabam transitando muito perto da areia. Dessa forma, quando o âmbar cinza flutua, ele acaba, por vezes, indo parar na praia”, salienta Simões.
O professor explicou ainda que “Aqui onde estamos, é muito mais difícil essa substância aparecer. Isso porque elas ficam a uma distância de mais de 180 km da costa, não tem baleias cachalotes mais perto. É uma viagem grande, o que torna essa chegada muito mais difícil”, conclui.
*João é um nome fictício pois o entrevistado pediu para não ser identificado.