Quando um buquê de flores voou por alguns metros, caindo em cima do palco, aos pés de Luísa Sonza, a reta final da apresentação da cantora em Florianópolis, na noite de sexta-feira (6), terminou com uma surpresa agradável. Poucos segundos depois, um dos 4 mil espectadores do primeiro Baile da Braba, no Stage Music Park, teve o seu sonho realizado. O responsável pelo arremesso de buquê foi convidado a subir ao palco e se emocionou ao lado da sua cantora favorita, ao mesmo tempo em que a multidão comemorava o momento mágico entre fã e artista.

“As pessoas começaram a me chamar de diva pop e aí eu entendi que era uma diva pop”, contou a artista ao ND+, no camarim, uma hora antes de subir ao palco. “Mas é uma coisa que eu faço naturalmente. Se a minha arte ou se eu sirvo de inspiração e faço bem para algumas pessoas, meu objetivo é atingido”.
A jovem gaúcha, que despontou há cinco anos fazendo covers na internet, hoje é um dos nomes mais comentados da música pop do país. Luísa tem 17 shows marcados para as próximas seis semanas e faixas sempre figurando em playlists dançantes nas plataformas de streaming.
Além de cantar no remix de sentaDONA, que está em terceiro lugar entre as mais ouvidas do Spotify no Brasil, a gaúcha de 23 anos também soma parcerias com artistas de peso – a lista é longa e inclui Anitta, Lulu Santos, Ludmilla, Pedro Sampaio e Thiaguinho.

“Eu sabia que a Lulu ama flor, então trouxe de coração”, conta Felipe Oliveira, o felizardo de 20 anos que foi convidado a subir ao palco. Ele é fã da artista desde 2017 e viajou de Blumenau para vê-la ao vivo pela primeira vez. “Quando ela me chamou, eu não sabia onde eu estava, só queria abraçar a minha Lulu”, relembra. Ainda emocionado, ele promete ir às outras três apresentações em solo catarinense. “Agora que ela explodiu, sinto ciúmes”, brinca.
Em uma entrevista exclusiva, Luísa falou sobre a noção de ter se tornado uma “diva pop” para o seu público e o sonho de uma carreira internacional, além de fazer uma viagem no tempo bem-humorada através de suas “reflexões” postadas no Twitter.
Confira a entrevista:
Show no modo turbo 2y4m20
Durante pouco mais de uma hora de show, Luísa entregou as principais canções do seu mais recente álbum, “Doce 22”, coreografias repletas de energia e performances na linha da persona mostrada nos videoclipes. Houve momentos sensuais e de puro frenesi, assim como um segmento intimista, no qual o público e a artista entoaram um coro acapella.

O recente hit sentaDONA é o que mais vem bombando nas plataformas de streaming, mas a viciante VIP e a animada Café da Manhã, colaboração com Ludmilla, também estão entre as que mais fizeram a plateia vibrar em Florianópolis. Uma das clássicas da cantora, Boa Menina, foi um dos destaques do show.
Não foram só danças intensas, saltos, rebolados e batidas ininterruptas que marcaram a apresentação. Os fãs aproveitaram a primeira pausa entre as músicas para fazer o tradicional coro de “eu te amo”, enquanto a canção melhor sozinha, que teve uma versão gravada com Marília Mendonça, conectou Luísa ao público de uma forma diferente.
“É a mais especial até hoje por vários motivos, e um deles é a oportunidade que eu tive de cantar com uma das maiores cantoras que já ou por esse Brasil e por esse mundo”, disse a gaúcha, antes de pedir para que o público cantasse a faixa acapella. A homenagem à artista goiana manteve todos com os pés no chão por alguns minutos.
VÍDEOS: Assista aos melhores momentos do show
A simples coreografia de Desenrola, Bate, Joga de Ladin, hit do rapper L7nnon e do grupo Os Hawaianos, foi um divertido aquecimento para o fim do show, que trouxe ainda os sucessos Combatchy e Modo Turbo. Após ver a performer pulando, descendo até o chão e mostrando o potencial de suas danças, levar ao palco a coreografia viral do TikTok é uma forma simpática de se entrosar com a plateia.

Não há como deixar de notar que os principais elementos das apresentações de grandes divas pop estão todos aqui, mesmo que ainda amadurecendo. Há figurinos com identidade, tietes com cartazes declarando paixão e uma artista com aura reluzente, que mantém a doçura e o brilho em meio às responsabilidades, que tendem a ser cada vez mais duras.
Após a apresentação em Florianópolis – o show acabou pouco após as 2h – ela já partiu em direção à Paraíba, no Nordeste, onde outra apresentação estava marcada para as 21h do mesmo dia.
Pelo Sul 4g5i2q
Luísa é natural de Tuparendi, no Oeste do Rio Grande do Sul, Essa foi a primeira grande apresentação na Grande Florianópolis – um show em Penha, em 2019, foi a estreia nos palcos catarinenses.
“Eu amo muito Florianópolis”, declara a cantora, pouco antes do show, ainda no camarim. Por mais que a agem desta vez não tenha incluído tempo hábil para curtir a cidade, ela trouxe toda a família. Celebrar o fim de semana de dia das mães em meio a uma turnê requer adaptações.

E não é só para shows esgotados que ela vem a Santa Catarina. A capital já foi destino de férias em família e uma virada de ano. A jovem revela que viveu uma experiência marcante em uma praia da Ilha ao fazer aulas de surfe. “Deu super certo, eu amei muito. Não sei o nome [da praia], mas é a que a galera surfa”, conta. Seria a Joaquina, no Leste da Ilha?
Futuro internacional 6m3b6d
Em um vídeo gravado há cinco anos, Luísa dizia que suas parcerias dos sonhos eram Rihanna, Drake, Beyoncé, Shawn Mendes e Justin Bieber. A artista garante que hoje a lista está muito mais ampla, bem como sua visão do mundo musical. Ela já viveu uma fase “super BTS”, o grupo sul-coreano de k-pop, e hoje a sua principal obsessão é a música brasileira. “Estou muito apaixonada pelo trap e R&B brasileiro, MPB também”, afirma.
Um dos seus “feats dos sonhos”, ainda assim, soa cada vez mais plausível. Os os em direção a uma carreira internacional, mesmo que ainda assumidamente acanhados, não soam mais tão surreais. Um flerte recente veio em abril de 2021, quando Luísa gravou vocais para uma versão oficial do remix da faixa Cry About it Later, da norte-americana Katy Perry.
Antes de investir totalmente em um projeto internacional, como Anitta ou a fazer há alguns anos e que resultou no recém-lançado álbum “Versions of Me”, Luísa reconhece que é preciso fortalecer a carreira nacional. “O segundo o acho que é uma carreira internacional e expandir isso, mas no momento certo”, garante, pouco antes de reler tweets antigos que evidenciam o crescimento que meia década pode promover. “Preciso de muito mais tempo ainda, sou uma cantora muito nova – tenho cinco anos de carreira”.