A pianista, pesquisadora e produtora Marisa Toledo, de ville, volta a debruçar-se sobre a sua necessária obra “Palavra Presa na Garganta”, livro lançado em 2015 que trata dos impactos do período da DITADURA MILITAR (1964-1985) na poesia de Chico Buarque. Vem em boa hora!
O trabalho ganhará uma nova edição, agora versões em e-book, audiobook com trilhas incidentais do compositor e videobook em Libras, para alcançar leitores cegos e surdos.

O momento histórico para o relançamento da obra não poderia ser mais providencial e Marisa não esconde seus motivos: 2024 marca os 80 anos de vida do compositor fluminense e os 60 anos do Golpe Militar de 1964 – que não foi no dia 31 de março e sim em 1º de abril e muito menos uma “revolução”!
Por isso, “Palavra Presa na Garganta” – alusão à antológica “Cálice”, de Chico e Gilberto Gil” – procura mostrar, nas palavras da autora, como a repressão foi desarmada pela tênue e constante resistência, e “a maneira como resistir foi continuar cantando e estabelecendo um estranho diálogo entre a poesia e a força bruta”.
A Editora Areia e o Instituto de Pesquisa da Arte pelo Movimento (Impar), ambos de ville, são parceiros neste projeto. Marisa é graduada em Pedagogia com especialização em Música Popular Brasileira e mestrado latu sensu em Educação Contemporânea e Interculturalidade.

Para o relançamento, a autora fará uma turnê por seis universidades catarinenses onde fará rodas de conversas. Em breve ela deve anunciar o calendário, mas fica essa boa notícia para marcar esta segunda-feira de um Brasil que ainda precisa ar a sua história a limpo.
Para que ninguém esqueça, abaixo vão duas versões de “Cálice”, sendo a primeira de um show de Gilberto Gil e Chico no festival Phono 73, mas cujo áudio foi “empastelado” pela censura na época e pouco se ouve da letra. A segunda é a versão original, de estúdio.