Na UFSC estudantes receiam assaltos e violência, apesar de histórico não apontar aumento 22265z

Reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, disse que diagnóstico da Secretaria de Segurança Institucional aponta que houve estabilização ou redução em furtos, arrombamentos e ameaças 5q1s6h

Os relatos de crimes do dia a dia comprovam que o número de casos de violência em Florianópolis aumentou neste ano comparado ao mesmo período de 2016 e, consequentemente, as ocorrências dentro dos espaços da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) também se tornaram mais evidentes.

A jovem estudante de matemática Emanuela Maestri de Souza, de 18 anos, recentemente viveu momentos de tensão sob a mira de um assaltante que estava dentro do prédio em que havia terminado de assistir a uma aula na UFSC. Segundo relatos da mãe, Eleonora Iria Maestri, de 45 anos, a filha e uma amiga fechavam a sala de aula na segunda-feira à noite do último dia 20, quando foram abordadas por um rapaz que exigiu os aparelhos celulares das jovens. A amiga reagiu e foi agredida pelo assaltante. “Sempre orientei minha filha a nunca reagir numa situação dessa, e ela entregou o celular ao bandido. Logo a amiga, apavorada, resistiu e não entregou, acabou sendo agredida com socos na nuca. É lamentável vivenciarmos isso dentro de um espaço de ensino”, diz a mãe da jovem. Eleonora diz ainda que não é neurótica quanto aos os da filha, mas que fica preocupada cada vez que a jovem vai para a universidade. “À noite ela não estuda mais. Eu já entrei à noite lá e vi que é inseguro. As orientações para ela se cuidar continuam”, completa a mãe.

Emanuela ficou com receio de andar dentro da UFSC depois do ocorrido, mas ressalta que é preciso seguir. “A gente fica um pouco traumatizada, mas não dá para se deixar levar por isso. Preciso seguir com meus estudos. Estou mais tranquila também porque as câmeras de segurança identificaram o rosto do rapaz e uma semana depois ele foi preso”, relata a jovem.

Medo que invade o ambiente acadêmico - Daniel/ND Queiroz
Estudantes redobram cuidados no campus, como evitar lugares mal iluminados e com pouca movimentação – Daniel Queiroz/ND

Monitoramento 24 horas

O secretário de Segurança Institucional da UFSC, Leandro Luiz de Oliveira, garante que a UFSC não mede esforços para oferecer segurança em todas as suas unidades. “Estamos sempre trabalhando para garantir a segurança dos alunos e colegas dentro do espaço universitário e em torno dele. Porém, tudo gira em torno de orçamento. O último concurso para vigilantes foi em 1994, com isso o serviço terceirizado vem aumentando, e com isso a grande rotatividade de prestadores também”, explica Oliveira.

O monitoramento no campus é feito 24 horas e conta com 198 funcionários terceirizados e 40 efetivos. “Estamos começando a investir em tecnologia para garantir segurança, como substituir a energia elétrica da iluminação por energia solar, câmeras de segurança, que já chegam a 1.300 equipamentos. Hoje já temos imagens dos outros campus, em tempo real”, diz.

Oliveira conta que é feito um trabalho para orientar os alunos quanto à segurança, como a distribuição anual de cartilha com dicas e também há de um grupo de conversas no WhatsApp, que faz parte do programa Vizinho Solidário.

“Desconfio de todos que am por mim”, diz aluno

A estudante de letras italiano, Naiana Carvalho, de 20 anos, diz que considera razoável a segurança na universidade. “Nunca sofri nenhum assalto aqui, ainda. Temos que dizer ainda, pois não sabemos como será com essa violência de hoje em dia. Mas ouço relatos de pessoas que já sofreram com os criminosos. Procuro não dar mole para o azar”, diz ela.  Já o estudante do curso de ciência da computação Thiago Costa, de 22 anos, diz que às vezes tem aula à noite, e que o cuidado é redobrado. “Procuro caminhos mais iluminados, com mais movimentação de pessoas, não levo nada de valor, e infelizmente, desconfio de todos que am por mim”, diz Costa.

Naiana Carvalho ouve relatos de colegas vítimas de assalto - Daniel/Queiroz
Naiana Carvalho ouve relatos de colegas vítimas de assalto – Daniel Queiroz/ND

O jovem João Francisco Mendes, de 28 anos, estudante de doutorado em ciências humanas relata que já ouviu muitos casos de assaltos e furtos dentro da UFSC, mas que não se sente vulnerável no ambiente. “Não tenho medo de estar aqui, mas pelos relatos que já ouvi, classifico a segurança como regular. Apesar de ter sofrido uma tentativa de assalto aqui dentro, eu não tenho medo de estar aqui”, diz Mendes, enquanto fazia uma leitura dentro do campus.

João já sofreu tentativo de assalto e classifica a segurança como regular - Daniel Queiroz/ND
João já sofreu tentativa de assalto e classifica a segurança como regular – Daniel Queiroz/ND

A polícia Militar, representada pelo Comandante do 4º Batalhão Militar Marcelo Pontes, diz que há uma grande parceria com a segurança da UFSC, que a troca de informações entre eles é de extrema importância. “Existe a intenção de futuramente celebrarmos um termo de cooperação com a segurança da UFSC. Já temos uma grande parceria, através do Vizinho Solidário”, diz Pontes.

O  reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, disse que o diagnóstico da Secretaria de Segurança Institucional aponta que no conjunto de ocorrências como furtos, arrombamentos e ameaças houve a estabilização ou redução. “Não se pode falar em evolução no número de casos a partir de circunstâncias eventuais, sem levar em conta a série histórica”, diz ele. Cancellier destaca ações, como a melhoria da iluminação. “A primeira ação foi a criação de uma secretaria, com status de Pró-Reitoria, voltada à política de segurança. Depois ações voltadas à melhoria no monitoramento por câmeras. Além disso, o incremento em sistemas de alarme de intrusão com 4.500 salas protegidas, aumento de rondas com as viaturas da SSI, contratação de 102 porteiros, reposicionamento e melhoria do sistema de rádio comunicação facilitando e agilizando os atendimentos da segurança”.

Universidade a mercê da violência - Daniel Queiroz/ND
Reitor da UFSC destaca ações de segurança, como a melhoria da iluminação e no monitoramento por câmeras, além de sistemas de alarme de intrusão  – Daniel Queiroz/ND
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