Um projeto-piloto do uso de biometria nos testes de integridade das urnas eletrônicas será realizado em um grupo de 56 equipamentos distribuídos em Santa Catarina, outros 17 estados e no Distrito Federal. O anúncio foi feito pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

Nesta quinta-feira (15), uma simulação do projeto-piloto com biometria no foi realizada pelo TSE. Moraes lembrou que no dia das eleições o convite para participar do teste será voluntário e o eleitor que aceitar não votará duas vezes.
“São 20 anos da realização do Teste de Integridade. Ele é absolutamente idêntico ao que vem sendo feito desde 2002. Este ano, serão testadas 641 urnas. No projeto-piloto com biometria, o eleitor vai liberar a urna com sua biometria. Uma coisa é a seção eleitoral, onde a eleição vale, e outra coisa é o teste. O eleitor não votará novamente”, esclareceu o ministro.
Na terça-feira (13) foi aprovado o projeto para realização de testes de integridade das urnas eletrônicas com a biometria dos eleitores nas Eleições 2022. A medida foi sugerida pelas Forças Armadas com o intuito de aumentar a segurança do sistema de votação e aceita pelo TSE.
O projeto-piloto será realizado junto ao teste de integridade. Das 640 urnas usadas no teste de integridade, 56 urnas serão submetidas ao projeto-piloto, que usará a biometria de eleitores reais.
Foram selecionados 18 estados e o Distrito Federal que apresentaram condições técnicas e logísticas para o uso da biometria nos testes:
- Alagoas
- Amazonas
- Bahia
- Ceará
- Distrito Federal
- Espírito Santo
- Goiás
- Mato Grosso
- Mato Grosso do Sul
- Minas Gerais
- Pará
- Paraná
- Pernambuco
- Rio de Janeiro
- Rio Grande do Sul
- Rondônia
- Santa Catarina
- São Paulo
- Tocantins
Como funciona o teste 42263f
O teste de integridade, previsto na Resolução TSE nº 23.673/2021, já ocorre há 20 anos nas eleições. É uma votação pública, aberta e auditada, realizada em urna já pronta para a eleição. Em processo filmado, os votos são digitados na urna, contados e o resultado comparado à totalização.
É um dos eventos mais relevantes para atestar o grau de confiança nas urnas eletrônicas, que ocorre nos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) no mesmo dia do pleito, e é acompanhado por empresa de auditoria externa. O processo consiste em uma espécie de batimento, cujo objetivo é verificar se o voto depositado é o mesmo que será contabilizado pelo equipamento.

O teste simula uma votação normal e leva em consideração as circunstâncias que podem ocorrer durante o pleito. Sendo assim, segue o mesmo rito de uma seção eleitoral comum.
Após o sorteio ou indicação das agremiações, as urnas am pelo teste no dia seguinte. Na data do pleito, das 8h às 17h, na mesma hora em que ocorre a votação oficial, os números anotados em cédulas previamente preenchidas são digitados, um a um, nas urnas eletrônicas. Paralelamente, os votos em papel também são registrados em um sistema de apoio à votação, que funciona em um computador.
Concluído o teste, às 17h, o resultado é apurado na urna eletrônica e confrontado com o obtido através da apuração manual. Essa comparação é feita com o intuito de aferir se o voto eletrônico funcionou adequadamente e se os votos em papel, digitados na urna, foram os mesmos registrados pelo aparelho.
Durante a fiscalização, ainda é verificado se há coincidência entre as cédulas, os boletins de urna, os relatórios emitidos pelo sistema de apoio à auditoria e o RDV (Registro Digital do Voto), a tabela digital em que são assinalados os votos eletrônicos. Até hoje, não foi constatada nenhuma divergência em ambos os processos.
Todo o processo é filmado, conta com a participação de entidades fiscalizadoras e pode ser acompanhado por qualquer pessoa interessada no local de realização do teste. Muitos regionais, inclusive, transmitem os testes pelo YouTube.