O TCE-SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) apontou um desvio de R$ 34,4 milhões em bolsas irregulares do UniEdu (Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catarina) no Estado, em 2022, durante o então governo Carlos Moisés. Conforme a investigação, alunos contemplados com bolsa paga pelo governo estadual burlaram a seleção. Uma das fraudes é o uso de F de pessoas mortas.

Segundo o TCE, também receberam o auxílio irregular bolsistas que eram servidores públicos ou que omitiram bens, o que não era permitido. Ao todo, foram identificadas 10 tipos diferentes de irregularidades na concessão de 5.330 bolsas.
O rombo causado é estimado em R$ 34,4 milhões. Desse total, R$ 25,8 milhões foram de pessoas que, mesmo afirmando não possuir nenhum patrimônio, ostentavam carros, barcos e imóveis.
O cruzamento de bases de dados realizado pelos auditores tem como destaque os 4.356 bolsistas que declaram ter zero patrimônio, mas tinham em seus nomes veículos, embarcações ou imóveis que totalizavam R$ 25,8 milhões, apontou a inspeção do processo relatado pelo conselheiro Aderson Flores, que solicitou audiência para que ex-secretários do governo de SC apresentem justificativas.
TCE aponta falta de controle do Governo de SC sobre o UniEdu 4l3p2r
De acordo com o TCE, o rombo no UniEdu indica uma falta de controle e omissão por parte da então SED (Secretaria de Educação de Santa Catarina) relacionado às concessões de bolsas.
Em nota, a Secretaria de Educação reforçou que as irregularidades ocorreram no primeiro semestre de 2022, ou seja, na gestão anterior. Além disso, a secretaria afirmou que o governo “se coloca à disposição para colaborar com o processo de apuração dos fatos”.
Veja a nota da SED na íntegra 6n404u
“A Secretaria de Estado da Educação não recebeu, até o momento, nenhum encaminhamento oficial do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina. As possíveis irregularidades apontadas são decorrentes do primeiro semestre de 2022, logo, ocorreram na gestão anterior. A atual gestão se coloca a disposição para colaborar com o processo de apuração dos fatos.”
Esta reportagem atribuiu, em sua versão original, uma fala sobre os bens dos bolsistas ao conselheiro Aderson Flores. A fala, no entanto, não era dele e foi corrigida às 11h50 de 16 de junho, na versão atual do texto.