Cotado para disputar o eleitorado de oposição na corrida ao Planalto em 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem feito visitas aos Estados brasileiros para ser “conhecido” pelos eleitores. Ele não esconde de ninguém o desejo de concorrer à Presidência da República em 2026.

Durante uma agenda cheia em Florianópolis, o governador discursou para empresários e políticos na Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), se reuniu com lideranças políticas em um almoço reservado, com a presença do governador Jorginho Mello (PL), e o prefeito da Capital, Topázio Neto (PSD), participou de encontro com partidários do União e encerrou com uma palestra para jovens empresários.
Em um dos intervalos da apertada agenda, o governador goiano conversou com o Grupo ND e falou sobre o desejo de concorrer à Presidência da República. Negou que esteja se antecipando no jogo político eleitoral, sua proximidade com a família Bolsonaro e que o ex-presidente Jair Bolsonaro aflorou o espírito conservador de boa parte do eleitorado brasileiro.
O senhor tem pretensão de ser candidato a presidente da República em 2026? 5v3s62
Sim, eu nunca neguei isso. Lógico que, como pré-candidato, nesse primeiro momento vão colocar sua experiência, o que propõe, como pensa o Brasil. Conheço o Brasil de ponta a ponta, desde 1986. Fui o mais jovem candidato a presidente do país em 1989. Não é que está antecipando o processo, está debatendo. Não sou o dono da verdade, mas é que temos que buscar experiências.
O senhor diz que precisa ficar conhecido nas regiões do Brasil. Essa caravana pelo país vai continuar? 6841r
Eu acho que tenho me esforçado (para ser conhecido). Na quinta-feira à meia-noite, eu estava lá em Fortaleza. Cheguei lá às quatro da tarde. Saí de lá meia-noite. Eu cheguei aqui às seis horas da manhã, já estou aqui o dia todo. Sábado estarei em Guarujá (SP), também em um debate sobre essa visão de futuro do Brasil sobre investimento. Lógico que vou caminhar. Tem gente que pergunta: ‘você é candidato?’. E te responde: ‘quem sabe, talvez, eu não sei, vou aguardar’. Eu sou muito direto, eu não tenho essas coisas de ‘quem sabe’, eu sou direto. E agora eu quero colocar o meu nome, eu sou um homem muito democrático. Sempre na minha vida absorvi o resultado das urnas, nunca contestei. Durante a minha vida toda no Congresso, nunca contestei o resultado de .
O senhor está preparado para um desafio desse porte? 1l4z5
Graças a Deus eu nunca decepcionei meus eleitores. Eu fui, por cinco mandatos, deputado federal, um mandato de senador da República e estou no meu segundo mandato como governador. O Estado é o mais bem avaliado no país. Eu sempre tive posição. Mas você só decepciona quando você, cada hora, tem um rumo na sua vida. Não é que você não possa ter amanhã pontos de convencimento. Ninguém é dono da verdade, mas existe uma coerência de comportamento, existe aquilo que você acredita.
Em 1986, quando eu comecei essa luta, muita gente me discriminava. Hoje em dia as pessoas entendem que o que vale é você ter preparo, você estudar os temas, governar com independência, saber discutir e buscar sempre o entendimento ou o maior número de convergências, com isso você vai governar. Eu não vou dizer que eu sou o mais inteligente, mais preparado do Brasil, longe disso, mas eu sou homem que tem tudo aquilo que eu me coloquei para decidir e, para governar, provavelmente, atingir patamares de excelência. Isso bota o meu Estado aprovado com 86% da avaliação nacional.
O senhor tem uma proximidade muito grande com a família Bolsonaro. Existe uma conversa da possibilidade de o senhor ser o nome da direita com o apoio da família Bolsonaro? Como estão essas conversas? 102425
Nós temos que entender que estamos a dois anos de uma campanha eleitoral. Você não pode, e ninguém de mente sã, vai desmerecer o peso político do ex-presidente Bolsonaro. Todos nós convergimos dentro do mesmo eleitorado, não falamos coisas distintas. O que nós temos que reconhecer é que o presidente Bolsonaro conseguiu algo que ninguém havia conseguido antes, que é aflorar esse sentimento. As pessoas sempre foram conservadoras. Essa é a verdade, mas conservadora no bom sentido, dentro de princípios, mas que não estivesse aberto e cada vez mais avançar e melhorar.
Por que será que os nossos governos dão certo e os deles (esquerda), não? Nunca teve um divórcio entre o eleitorado (de direita), ele é o que ele pensa nesse sentido e hoje aflora com muita força, porque todos nós hoje estamos nesse espaço político, tanto eu quanto Zema (Romeu, governador de Minas Gerais), Tarcísio (Freitas, governador de São Paulo) e Ratinho (Júnior, governador do Paraná). Todos nós estamos nesse processo.
Agora, até lá, vamos buscar sempre equilíbrio, vamos buscar sempre capacidade de poder construir. Eu sou de um Estado que não tem essa população tão significativa assim, eu tenho orgulho de ser goiano. Eu preciso caminhar mais, porque, é lógico, eu tenho que chegar nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste para poder expor minhas ideias do país. O Centro-Oeste me conhece bem. O eleitorado você não pode se segmentar, você tem que ter a capacidade de construir agora um processo político capaz de aglutinar no segundo turno 50% mais um dos votos na eleição.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que o senhor e o Zema têm se antecipado demais visando às eleições de 2026, já que eles aguardam ainda reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. O que o senhor observa sobre isso? 2z4d8
Não tem nenhuma procedência. Você sabe que, às vezes, tentam criar um sentimento de que está avançando o sinal, que não é a hora. Nós sabemos muito bem que se o presidente Bolsonaro for candidato a presidente, nós não seremos.
Agora, você tem que imaginar o seguinte, nós hoje não temos o poderio da máquina do governo. O governo tem a condição de chegar no momento lá na frente, e o presidente da República vai para reeleição e ele faz eleição todo dia. Ele utiliza da estrutura para fazer campanha e se fortalecer. Não existe uma campanha de última hora.
Se o ex-presidente for (candidato), já está resolvido. Ele já é conhecido no Brasil todo, ele já tem a popularidade, todos nós caminharemos com ele. Agora, e se ele não for? Você vai começar uma campanha depois de 2025? É importante que você não deixe com que o espaço seja ali ocupado por forças políticas que não têm a mesma convergência de ideias e de pensamentos.