A sessão de ontem de abertura dos trabalhos deste ano da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) começou já com a ratificação do acordo do MDB e do PL, com anuência dos demais partidos, para a divisão da presidência e da primeira vice-presidência do Legislativo no biênio 2021 a 2023.
O deputado Moacir Sopelsa (MDB) acabou eleito por unanimidade como presidente da Casa para o mandato que vai até 31 de janeiro de 2023. Por outro lado, a escolha do vice deixou ranhuras dentro do PL. O partido indicou Marcius Machado, mas quem acabou vencendo foi o deputado Mauricio Eskudlark (PL), que lançou candidatura avulsa.

A sessão de abertura dos trabalhos legislativos em 2022 realizada na tarde de ontem começou com renúncia do então presidente Mauro de Nadal (MDB). Em seguida foi a vez do deputado Nilso Berlanda (PL) renunciar à primeira vice-presidência, também parte de um acordo dentro do PL pela divisão do mandato.
Ficou sob a responsabilidade do deputado Romildo Titon (MDB) – o mais idoso com maior número de mandatos de deputado estadual, como determina o regimento interno da Assembleia – a missão de comandar a sessão preparatória para a eleição do novo presidente.
Por unanimidade entre os 38 deputados presentes, Sopelsa foi aclamando novo presidente da Casa. Fabiano da Luz e Luciane Carminatti, ambos do PT, não compareceram à sessão,
Troca de farpas no PL 526cz
A calmaria e a consonância da escolha de Sopelsa para presidência deu lugar ao desentendimento na bancada do PL. O líder do partido na Alesc, deputado Ivan Naatz, pediu a palavra e colocou o nome do deputado Marcius Machado na disputa. “Em nome do Partido Liberal, a liderança e os deputados por sua maioria do PL”, disse ele sob o olhar de Maurício Eskudlark que aparentava tranquilidade de ter a maioria na Casa.

Eskudlark acabou eleito com 31 votos. Marcius Machado recebeu sete votos: Bruno Souza (Novo), Jessé Lopes (PSL), João Amin (PP), Ivan Naatz, Nilso Berlanda e Sargento Lima (PL), além do próprio Marcius.
“Quando aconteceu a eleição no ano ado foi feito um acordo que a vice-presidência era do PL. Assim assumiu o deputado Nilso Berlanda e o MDB indicou Mauro de Nadal. No acordo interno do partido ficou que eu seria o segundo ano. Tem vídeo, tem fotos, eu e o Sopelsa juntos para firmar que assim seria o segundo ano”, reclamou Machado.
“Só que, infelizmente, aconteceu o rompimento desse acordo. A vice-presidência é do partido e o partido indicou o meu nome”, completou.
Segundo Marcius ocorreram tentativas de acordo com Eskudlark, até mesmo dividir o cargo em dois períodos de seis meses cada, mas o mesmo não aceitou, por já ter a certeza do apoio da maioria dos deputados. “Infelizmente aconteceu uma infidelidade partidária”, lamentou.
Para Mauricio Eskudlark, quem não cumpriu o acordo foi Marcius Machado e lembrou que o colega já teria causado divergência quando foi composta a chapa Mauro de Nadal e Nilso Berlanda.
“Inicialmente a eleição desde o primeiro momento seria o deputado Sopelsa conosco, no segundo ano, e no primeiro ano, o deputado Mauro e Berlanda. Na eleição do Berlanda, o deputado Marcius entendeu que era a vez dele, que era o mais votado do partido. Agora de novo tivemos esse problema”, respondeu o novo primeiro vice-presidente da Alesc.

Eskudlark lembrou que tem tido alguns problemas com o PL. “Eu fui retirado da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) faltando um mês para encerar o ano, uma cosia desagradável, uma coisa que eu superei, relevei. A gente tem que fazer algumas costuras partidárias internas para trabalhar em harmonia”, pontuou o parlamentar que pregou a reconstrução do partido em Santa Catarina.
Trabalho em ano eleitoral 5n2l1x
Sopelsa está encerrando sua carreira como deputado e colocá-lo na presidência da Casa foi um gesto dos deputados para homenageá-lo. Ele já avisou que não disputará eleições. Ele é o 51º presidente da Alesc na era republicana.
“Vou fazer tudo para que o nosso Parlamento siga atuante, forte, independente, mas sempre como o poder que é respeitosamente aberto ao diálogo com os demais poderes”, disse ele sobre a relação com outros poderes.

Questionado sobre as dificuldades de votar projetos na Alesc em ano eleitoral, Sopelsa disse que buscará entendimento e o apoio dos líderes da Casa e de todos os deputados.
“Vamos continuar com o trabalho que a Casa tem por obrigação de fazer. No ano de eleições temos mais responsabilidade ainda. Temos que cumprir aquilo que determina a legislação eleitoral para que nosso trabalho possa ser executado sem sofrer a interferência das eleições”, frisou.
MESA DIRETORA PARA 2022-2023 6q5p4s
- Presidente – Moacir Sopelsa (MDB)
- 1º vice-presidente – Mauricio Eskudlark (PL)
- 2º vice-presidente – Kennedy Nunes (PSD)
- 1º secretário – Ricardo Alba (PSL)
- 2º secretário – Rodrigo Minotto (PDT)
- 3º secretário – Padre Pedro Baldissera (PT)
- 4º secretário – Laércio Schuster (PSB)