“Desengavetar leis e fazer cumprir o que já existe”, é o que afirmou a única candidata mulher ao Senado Federal em Santa Catarina, Hilda Deola (PDT), em entrevista ao programa SC no Ar, da NDTV, nesta terça-feira (27).

A vereadora e professora defende políticas públicas voltadas à saúde da mulher como o tratamento do câncer, cuja lei federal que garante o tratamento em até 60 dias, segundo ela, não é cumprida no país.
“Eu tive um câncer de mama faz sete anos e foi aí que eu senti que eu precisava entrar na política, para poder ajudar as pessoas que não conseguem o tratamento dentro do prazo”, destaca a candidata.
“E são leis que estão engavetadas. Não adianta a gente criar mais leis, a gente tem que desengavetar o que tem lá e fazer cumprir”, complementa.
Ela afirma também que políticas sociais são o seu foco. “Não pensar só empresários, em pessoas com maior poder aquisitivo, mas pensar no ser humano em primeiro lugar.”
Valorizar a cultura 5j5c39
Coordenadora do grupo Cantando Por Aí, a candidata diz que como vereadora em Itajaí sua principal bandeira é a cultura. Ela reforça que conseguiu dobrar o orçamento da área durante seu mandato.
Um dos projetos que liderou é o “Arte Nos Bairros”, que realiza cursos em parceria com ONGs em todos os bairros do município, com moradores de 3 a 90 anos. Atualmente, são quatro mil alunos atendidos.
“Eu estou para institucionalizar o programa Arte Nos Bairros, que hoje é um edital e a gente entrou já com uma indicação para o Executivo realize esse projeto e não seja só um edital.”
“Muito sincera” h2b35
Em seu primeiro mandato como vereadora, ela afirma que ficou um pouco assustada por que sempre trabalhou na área cultural e estranhou o ambiente político.
“Eu fui diretora-executiva da Casa da Cultura, que é um ambiente muito melhor de se trabalhar. Aí na Câmara não. Ali é debate, é embate. A gente tem que expor realmente as suas ideias, as suas ideologias. E eu fiquei um pouco frustrada porque, às vezes, eu penso ‘eu estou num teatro’, porque tem gente que faz um teatro da Câmara de Vereadores. Não é sincera, não fala realmente o que quer defender e o que busca para o povo”, explica.
“Eu não sou assim, eu sou bem sincera e às vezes sou até um pouquinho grosseira nas minhas colocações. Mas eu defendo aquilo que eu acredito”, destaca a candidata.
A apresentadora Márcia Dutra questionou, então, se a candidata estaria preparada para encarar Brasília, caso seja eleita. Hilda diz que aprendeu a filtrar o que não gosta e o que não aceita, e diz que está preparada.
“Acho que é um espaço bacana que o PDT deu para uma mulher ser candidata. Quando me ofereceram eu pensei que daria um salto muito alto de vereadora para senadora, mas na hora eu pensei ‘é tão difícil a mulher ganhar um espaço para colocar as suas propostas’. Quando me ofereceram eu aceitei e me coloco à disposição como a mulher candidata ao Senado”.
Combate à violência contra a mulher 533m4p
Hilda diz que é favorável a tornar as leis mais rígidas e defende divulgação de serviços públicos voltados à proteção da mulher, como o botão do pânico que existe em Itajaí, mas muitas mulheres não sabem sequer que o dispositivo existe.
“Acho que tinha que ter mais divulgação, mais locais de apoio na Câmara de Vereadores. Lá a gente tem, através da Procuradoria da Mulher, uma assistente social que também [auxilia nesses casos] mas não é tão divulgado.”
Além disso, afirma que no caso de violência doméstica é necessário dar continuidade no apoio à mulher. “Para ter assistência psicológica, tenham um acompanhamento constante para conseguir um emprego, que possa pagar um aluguel para levar os filhos e sair daquele meio tão violento. Precisa de mais apoio. Até tem projetos, mas estão engavetados também”, aponta.
Em relação às saídas temporárias dos presídios, a candidata diz que é contra, por que “se a pessoa fez algo errado, tem que pagar por aquilo que fez e ficar dentro do presídio. A gente vê casos de pessoas que saem e cometem outros delitos”, completa.
Hilda Deola (PDT) 2b466x
Hilda Carolina Deola nasceu em 25 de setembro de 1964, em Brusque. É filha de Agnaldo Deola e Laureana Belli Deola e mãe de Bruno Ozemir.
É graduada em Letras, foi professora de corais infantis, como o Sabor de Vida, Pedro Paulo Philippi, do Parque Dom Bosco, o do Colégio de Aplicação da Univali e o Grupo Vocal Sementes do Amanhã. Fundou o Grupo Vocal “Cantando Por Aí” há 23 anos.
Assumiu a Câmara de Vereadores de Itajaí em 2020. Tem uma carreira voltada à educação e cultura, com participação na Casa da Cultura Dide Brandão, Conselho Municipal de Políticas Culturais e da Câmara Setorial de Música.