
Durante um dia tenso e inúmeras tentativas de prejudicar a discussão sobre o novo modelo de punição proposto pela Câmara, o conselho de ética aprovou por 15 votos a quatro, a suspensão do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES), por desvio de conduta.
O caso traz uma alteração nas regras internas da Câmara e que permite punição com suspensão do mandato do parlamentar por quebra de decoro. O pedido foi feito pela mesa diretora e assinado pelo presidente, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O documento pedia a suspensão de seis meses.
Gilvan da Federal foi acusado de quebra de decoro por atribuir o termo pejorativo “amante”, à ministra de relações institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), durante reunião da comissão de segurança, realizada na quinta-feira (29).
A manifestação de Gilvan foi quando criticava o governo federal e relembrou uma lista da extinta operação “Lava Jato”, que continha supostos valores de propina e constava o nome da então senadora, Gleisi Hoffmann, mas continha no mesmo material, segundo as investigações o codinome citado pelo parlamentar.

Na ocasião, a ministra que é deputada federal eleita e está licenciada, se sentiu ofendida. Nesta terça-feira, (06) Gleisi afirmou que que acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra Gilvan, pelo comportamento do parlamentar.
O deputado pode recorrer da decisão, no Plenário da Câmara, mas durante manifestação na reunião do conselho de ética disse que não irá tomar a medida e que vai cumprir a decisão do colegiado de permanecer afastado das funções parlamentares por 90 dias.
Além da suspensão, Gilvan da Federal corre o risco de enfrentar um processo de cassação do mandato por conta do episódio. Na sessão de segunda-feira (05), o deputado usou a tribuna lamentando o episódio e se manifestou arrependido.
Gilvan da Federal já se envolveu em outra acusação 2544e
Essa não é a primeira vez que Gilvan da Federal se envolve em discussões por causa das manifestações. Recentemente desejou a morte do presidente Lula (PT). Depois voltou atrás e no plenário da Câmara usou direito de fala para pedir desculpas.
O caso que envolve a suspensão de Gilvan da Federal por três meses abre precedente para outras situações de agressões verbais entre parlamentares. Hugo Motta dá um recado ao mandar o pedido para o conselho de ética.

Durante a votação que suspendeu Gilvan, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a decisão do conselho vai levar aos registro de novos casos tanto com parlamentares de direita, quanto de esquerda.