A crise na Polícia Civil de SC está tendo desdobramentos na Câmara de Florianópolis, vinculada pelo deputado estadual Ivan Naatz (PL) a uma investigação que vinha sendo comandada pela delegada Beatriz Ribas Dias dos Reis, afastada da chefia da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais.

Ela e outros delegados deixaram seus respectivos cargos em meio a suspeitas de interferências políticas sobre a cúpula da instituição que vieram à tona com a saída repentina do ex-delegado-geral Akira Sato.
Em pronunciamento na tribuna da Alesc sobre os fatos envolvendo a cúpula da PC, Naatz disse, nesta terça-feira (5), que Beatriz havia sido exonerada do cargo “porque dentro do IMA (Instituto do Meio Ambiente de SC) opera uma facção criminosa de venda de licenças ambientais com ramo dentro da Câmara de Vereadores de Florianópolis”.
Na tribuna o parlamentar não deu detalhes sobre o esquema, mas em declarações posteriores citou envolvimento do MDB – partido sem representação atualmente no Legislativo. “A interferência de políticos na Polícia Civil é muito grande, o que estão escondendo?”, questionou o líder do PL na Assembleia. “É um balde de caranguejo, tira um e vem um monte grudado”, falou.
O discurso do deputado foi criticado por vereadores, que lamentaram a generalização. Renato Geske (PSDB), o Renato da Farmácia, cobrou mais informações. “Esse parlamentar deve dizer quem é, alguma medida deve ser tomada, não pode ar despercebido”, disse. “Acho gravíssima a denúncia, pode ser a fagulha de um grande incêndio”, complementou.
“A Câmara não pode aceitar isso, que ele seja direto, objetivo e transparente”, disse Afrânio Boppré (PSol).
O Instituto do Meio Ambiente de SC informou nesta quinta-feira (7) que o setor jurídico está analisando as declarações para decidir se entra ou não com uma ação judicial contra o parlamentar em função das acusações.