O PSB de Florianópolis está de volta ao tabuleiro pré-eleitoral às vésperas do início do prazo das convenções partidárias. Acertado com a pré-candidatura do deputado estadual Marquito (PSOL) à prefeitura desde o início do ano, o partido teve o acordo vetado pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que exigia como contrapartida que o PSOL de Curitiba apoiasse a pré-candidatura do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB).

A exigência foi colocada pela direção nacional em junho e comunicada à executiva municipal por Israel Rocha, presidente estadual do PSB desde março deste ano. Em nível municipal, sob comando de Homero Gomes, o PSB trabalhava alianhado ao PSOL desde janeiro, inclusive com colaboração na construção da chapa de pré-candidatos a vereador.
Marquito entrou no circuito para convencer o PSOL de Curitiba a apoiar Luciano Ducci (PSB), sem sucesso. Na quinta-feira, Siqueira comunicou a Israel Rocha, em reunião a Brasília, que as negociações estavam encerradas. O dirigente estadual diz estar preocupado com a preservação da nominata proporcional e que pretende alinhar o caminho do PSB de Florianópolis com Homero Gomes. Aponta, no entanto, as opções.
“Hoje eu só vejo duas possibilidades: apoiar Dário ou apoiar Lela”, disse Israel Rocha”, em referência às pré-candidaturas do ex-prefeito e ex-senador Dário Berger (PSDB) e do ex-vereador Lela Farias (PT).
PSB de Florianópolis tem resolução que impediria apoio a Dário 43393o
Homero Gomes diz que ainda busca convencer Siqueira a desatrelar os destinos do PSB de Florianópolis e Curitiba. Aguarda resposta de uma carta assinada por todos os pré-candidatos a vereador do partido, que pedem a continuidade da aliança com o PSOL – em que o PSB teria direito a indicar como vice o enfermeiro Gelson Albuquerque.
No entanto, Homero garante que a direção municipal não entrará em conflito com o PSB nacional e lamenta que o PSOL não tenha conseguido demover a posição do partido em Curitiba para garantir a reciprocidade nas duas capitais.
O dirigente lembra, porém, que existe uma resolução do PSB de Florianópolis que impede a coligação com partidos que não apoiem o governo Lula (PT), que tem Geraldo Alckmin, do PSB, como vice-presidente. Essa resolução poderia afetar um possível apoio a Dário Berger, ex-PSB, hoje filiado ao PSDB.
A saída de Dário Berger do PSB, em março, deixou cicatrizes no antigo partido. Ele concorreu à reeleição como senador pelo partido em 2022, quando integrou a frente de esquerda articulada para dar respaldo à candidatura presidencial de Lula (PT). Dário ficou em terceiro lugar na disputa vencida por Jorge Seif (PL).
PSOL diz não ter sido comunicado de decisão sobre PSB de Florianópolis 3n534
A direção municipal do PSOL diz não ter conhecimento até agora de veto à coligação com o partido. Leia a nota:
“Nossa pré-campanha segue sendo construída coletivamente pela Federação PSOL REDE em conjunto com os diretórios municipais, as pré-candidaturas e a militância da UP e do PSB, bem como diversos outros setores da sociedade.
Essa construção está sendo realizada há meses e pela base dos partidos, que ainda buscam a maior unidade possível para o processo eleitoral, motivo pelo qual seguimos inclusive mantendo diálogo com outros partidos do nosso campo político.
Não tivemos informação a respeito de qualquer tipo de veto de nenhum partido à nossa coligação e seguimos a construção plural, diversa e coletiva através da campanha em movimento “Floripa Mais Querida”.
Estamos confiantes de que as convenções partidárias marcarão o início de um novo momento para Florianópolis, rompendo um ciclo de descaso e atraso que este grupo político que governa a cidade há quase três décadas.”