O Hamas é um grupo político e militar fundado em 1987. Desde sua origem, ele é patrocinado pela Irmandade Muçulmana, maior e mais antigo grupo islâmico do Egito que é contra a existência de Israel. O nome é a abreviação de Ḥarakah al-Muqawamah al-‘Islamiyyah, que significa Movimento de Resistência Islâmica.

De acordo com Danielle Jacon Ayres Pinto, professora de Relações Internacionais da UFSC, Pós-Doutora em Ciências Militares e atualmente Vice-Presidente da ABED (Associação Brasileira de Estudos de Defesa), o Hamas nasce de um desejo dos palestinos de terem voz, principalmente na questão da não aceitação do Estado de Israel.
Danielle afirma que o grupo ia de encontro à Autoridade Palestina, principal grupo político palestino, e consegue gerar “um contrabalanço de poder” dentro do território. Desta forma, o Hamas é constituído em três dimensões: um braço político, um braço armado e uma entidade assistencial.
O Hamas chega a vencer as eleições em 2006, derrotando o rival do Fatah e ganhando 76 dos 132 assentos no Parlamento Palestino. No entanto, o partido Fatah não aceitou o resultado e, através da força, o Hamas tomou o controle de Gaza. Por outro lado, o Fatah manteve o domínio da Cisjordânia.
Hamas é uma organização sunita 2a1j1j
O Hamas tem orientação sunita e seus integrantes se consideram descendentes de Maomé. Além disso, governa seguindo os princípios da sharia (lei islâmica), conjunto de normas de comportamento e preceitos da vida pública inspirados no Alcorão.
Apesar de não reconhecer Israel, o grupo diz aceitar formalmente a criação de um Estado palestino provisório em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, algo que é conhecido como linhas pré-1967.
Danielle explica que muitas organizações ainda não os consideram como terroristas: “Cada Estado, de alguma forma, elege uma série de critérios para fazer isso. O Brasil elegeu os critérios que as Nações Unidas elegeram. Para reavaliar o Hamas como terrorista ou não, as Nações Unidas vão fazer um estudo. Provavelmente vão esperar um pouco mais para se reunir, vai depender muito de como avancará o esforço internacional em busca da paz”.
Conflito em Israel pode afetar economia do Brasil i3dp
O agravamento do conflito entre Israel e Palestina pode prejudicar indiretamente a economia brasileira, afirmou a economista e especialista em comércio exterior, Lia Valls. Em uma entrevista, Valls explicou que mudanças geopolíticas, protecionismo e sanções na região podem afetar exportações do Brasil.