Com plenário cheio, a maioria dos vereadores da Câmara de Lages rejeitou a denúncia feita pelo parlamentar Jair Junior (Podemos) que pedia o afastamento do prefeito Antônio Ceron e, com isso, a abertura de uma P (Comissão Parlamentar Processante). O chefe do Executivo foi preso durante investigação que apura uma série de crimes, entre eles, a suspeita de fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A denúncia precisava de maioria simples para ser aprovada pela Câmara. Contudo, dos 16 vereadores, nove votaram pela rejeição. “Rejeitado por nove votos”, informou o presidente do legislativo, Aldori Freitas – Freitinhas (MDB), na sequência da votação.
Antes da votação, os vereadores solicitaram que a votação ocorresse de forma nominal- quando os vereadores registram individualmente seus votos. O pedido foi colocado em votação do plenário e a maioria dos parlamentares também votou contra o processo de voto.
“Os vereadores rejeitaram o meu pedido de impeachment contra o Prefeito Antônio Ceron que está preso. Com isso, assim que sair da cadeia, Antônio Ceron voltará imediatamente para o cargo de Prefeito. Eu lamento pela população de Lages”, escreveu o parlamentar Jair Junior em uma rede social.
Por volta das 20h05, a sessão precisou ser suspensa por cerca de 10 minutos, devido ao tumulto gerado pelo público que acompanhava o ato. Após a interrupção os trabalhos na casa legislativa retornaram, com outras pautas.
Operação Mensageiro 6r3d6u
Antônio Ceron – prefeito de Lages – foi alvo no último dia 2, da segunda fase da operação Mensageiro. O chefe do Executivo e dois secretários municipais foram presos e conduzidos para Florianópolis para prestar depoimento.
A segunda fase da operação Mensageiro cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em municípios do Sul e da Serra catarinense. Além da prisão de Ceron, a operação prendeu o prefeito de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa. Os dois prefeitos tiveram as prisões mantidas.
A investigação apura suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e iva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em Santa Catarina.
A ação é coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o Geac (Grupo Especial Anticorrupção) do Ministério Público.
Ainda na quinta-feira, o prefeito de Lages fez uma publicação em rede social, na qual destacou que dentro do processo legal irá provar a inocência.
“Infelizmente, hoje, eu e minha família estamos sofrendo muito. Tenho 77 anos de conduta ilibada, e, dentro do devido processo legal, provarei a minha inocência. Reitero meu respeito ao Poder Judiciário, Ministério Público e demais órgãos investigativos. Vou me dedicar a minha defesa, enquanto isso, as ações em Lages seguem com o Juliano. Agradeço as manifestações de solidariedade. Deus abençoe a todos!”
O vice-prefeito de Lages, Juliano Polese, que está à frente do Executivo. Segundo ele, os dois secretários alvos da operação foram exonerados.