Ed Pereira foi fichado na penitenciária da Agronômica, em Florianópolis, onde está preso pela Operação Presságio. Fotos (veja abaixo) obtidas com exclusividade pelo ND Mais mostram o ex-secretário de Turismo, Cultura de Florianópolis na prisão, onde está detido desde quarta-feira (29) por suspeita de corrupção.

Nas imagens, Ed Pereira aparece com o uniforme de preso, com uma camiseta laranja. As fotos mostram ele sério, com barba e sem o cabelo raspado.
Conforme a SAP (Secretaria de Estado da istração Prisional e Socioeducativa), Ed divide uma cela na ala de segurança com outro detento na penitenciária de Florianópolis. Conforme a normativa da prisão, ele tem até 10 dias para raspar o cabelo e a barba.
Procurada pela reportagem para falar sobre o vazamento das imagens, a defesa de Ed não respondeu até a publicação da matéria. O texto será atualizado em caso de posicionamento.
Ed é apontado em diversos áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, à época diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, como — supostamente — recebedor de dinheiro público.
Na primeira fase da Operação, deflagrada em 18 de janeiro, após os 24 mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil, foram feitas também, análises em celulares, documentos e computadores apreendidos.
A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro que podem ter sido cometidos por Fábio, Ed e Samantha Brose, em parceria com indivíduos do setor privado.
Veja fotos de Ed Pereira preso l571c
Qual foi o papel de Ed Pereira no esquema, segundo a polícia 146w1j
De acordo a Polícia Civil, com base nas análises realizadas até o momento, localizou-se evidências que apontam que o investigado Renê Raul Justino é outro operador financeiro da organização criminosa.
A explicação da participação de Renê no esquema se dá perando também a participação de Ed Pereira.
A investigação aponta uma fraude na contratação de uma empresa especializada em fornecimento de estruturas metálicas para a construção temporária da Cidade do Samba.
Em uma conversa iniciada em 24 de novembro de 2023, Ed e Renê discutiram como direcionar a licitação para que a empresa Tendas Catarinenses fosse a vencedora.
O contrato nº 959/FMT/2023 foi firmado entre a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte e a empresa, representada por Henrique Beckenbauer Alves Bosso, que colaborou no esquema fraudulento. A conversa evidenciou a manipulação dos termos da licitação para eliminar concorrentes.
Ed enviou para Renê orçamentos de locação de tendas, incluindo um da empresa vencedora e outro de uma empresa concorrente com valor mais alto.
Em seguida, Ed enviou um áudio com instruções para alterar a descrição do material na licitação, eliminando a menção de lona e indicando o uso de ferro galvanizado, elevando os custos e afastando outros concorrentes. Confira a transcrição do áudio feita pela Polícia Civil:
“Esse último aí que eu mandei a descrição do material, você vai tirar essa lona G320, não vamos colocar que é de lona! Certo? Vamos colocar só um galpão de armazenagem galvanizado a fogo, entendeu? Não vamos falar que é de lona, entendeu? E prazo de entrega até dia 10 de janeiro, entendeu? Tem que entregar esses oito módulos de 15×15, entendeu? Não vamos colocarlona! Porque aí nós tira muita gente da parada, entendeu? E o local de montagem no centro sul, na beira da praia tipo assim, que aí o povo fica com medo, entendeu?”
Em 1º de junho de 2023, Cleber Ferreira, um dos envolvidos, avisou Renê que o valor do contrato estava na conta e perguntou se deveria transferir. Renê confirmou, e Cleber enviou o comprovante de pagamento.
No mesmo dia da conversa sobre a licitação, Renê discutiu rapidamente o processo com uma servidora responsável pelo certame. Ele enviou orçamentos de outras empresas, mas todas tinham ligação com os envolvidos no esquema, indicando um claro conluio, aponta a investigação.
A licitação ocorreu por meio de um pregão eletrônico, mas somente a Tendas Catarinenses participou, pois os termos manipulados afastaram outros concorrentes. O contrato firmado foi de R$ 980.000 por um ano, prorrogável por cinco anos, totalizando R$ 5.750.000 aos cofres públicos.