A Justiça decretou a prisão preventiva dos investigados na Operação Presságio, cuja segunda fase foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (29). Ed Pereira, Lucas da Rosa Fagundes, Cleber Ferreira e Renê Raul Justino aram por audiência de custódia nesta tarde. Eles são suspeitos de firmar contratos supostamente fraudulentos na Prefeitura de Florianópolis.

A defesa de Ed Pereira informou ao ND Mais que na audiência realizada nesta tarde foi verificada apenas a legalidade da prisão, “se não houve excesso por parte da polícia”.
Segundo o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, o inquérito é volumoso, por isso, a princípio, não irá se manifestar acerca dos fundamentos “pelos quais o juiz entendeu agora decretar a prisão de uma pessoa primária, sem antecedentes, que estava colaborando com as investigações e sempre esteve à disposição da Justiça”.
O advogado de Renê Raul Justino, Pedro de Queiroz, afirmou que a prisão de seu cliente foi embasada em provas obtidas por meio ilícito, tratando-se, portanto, de “medida igualmente arbitrária e ilegal”.
A defesa também disse receber com “veemente irresignação e preocupação com o Estado Democrático de Direito essa nova medida extrema em face de seu constituinte”.
A defesa de Cleber Ferreira, por sua vez, afirmou que só irá se manifestar quando tiver o a todos os autos do processo.

Em nota, a defesa de Lucas da Rosa Fagundes informou que o nome do investigado é citado apenas uma vez no inquérito, e que ele desconhece os fatos que envolvem os demais acusados. A advogada Zenilda Eduvirgem Cardoso afirmou ainda que entrará com pedido de revogação da prisão.
“Estas notas foram emitidas por ser o mesmo formado em educação física e ministrou aulas de Handebol. No celular dele apreendido nada consta conversas relacionados com os envolvidos, colocou a conta bancária à disposição da Justiça, bem como colaborou ao prestar depoimento na delegacia.”

Quem são os quatro presos na Operação Presságio 6b2x34
- Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura de Florianópolis;
- Cleber Ferreira, apontado como operador financeiro do esquema;
- Lucas da Rosa Fagundes, ex-gerente de Projetos da Fundação Municipal de Esportes, vinculada a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte; e
- Renê Raul Justino, ex-diretor de projetos da Fundação Franklin Cascaes.
O que a Operação Presságio investiga 3m572k
As investigações no âmbito da Operação Presságio tiveram início a partir da apuração de um suposto esquema de corrupção na coleta de lixo em Florianópolis, que envolvia a contratação ilegal de uma empresa terceirizada para realizar o serviço.
Conforme apurado, a companhia Amazon Fort, de Porto Velho, em Rondônia, teria sido acionada para atuar durante uma greve da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), no entanto, teria permanecido prestando serviço por dois anos, sem licitação.
O que despertou a desconfiança sobre a existência de fraude foi um suposto crime ambiental no município. De acordo com as investigações, teria havido despejo de resíduos em um terreno municipal próximo à arela Nego Quirido, no Centro.
Outro ponto relevante durante as investigações foi o fato de o contrato com a empresa ter sido assinado antes da greve da Comcap – citada como motivo para o acordo.
Além disso, a Amazon Fort também teria anunciado, nas redes sociais, vagas de trabalho para Florianópolis um mês antes, fato que deu o nome à operação de “presságio”, pois a empresa teria “adivinhado” a greve que viria.
O ND Mais entrou em contato com a empresa Amazon Fort solicitando um posicionamento e aguarda retorno.