
O senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou na terça-feira (27) que a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, não merecia ser respeitada pelo cargo que ocupa, já falou em outra ocasião ter “vontade de enforcá-la”.
A fala ocorreu em março, durante um evento da Fecomércio no estado do Amazonas. Ao opinar sobre a presença da ministra na sessão da I das ONGs, o senador disparou: “Imagina vocês o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?”.
Senador foi denunciado no Conselho de Ética 1n10g
No dia seguinte à polêmica fala, deputadas do PT, PDT, Podemos, PSD, União Brasil, PSOL, Solidariedade, PCdoB e PSB denunciaram o senador ao Conselho de Ética do Senado.
Valério, em defesa própria, disse que a fala era “brincadeira” e que ele não é machista, pois já foi casado duas vezes, tem três filhas, uma enteada, seis netas e três irmãs.
Marina Silva relembrou acontecido 3v2c1m
Na sessão de terça-feira, Marina relembrou diversas vezes que o senador afirmou em outra ocasião que “queria enforcá-la”. Ainda indagou se fosse o contrário, ou seja, se ela afirmasse que não o respeita, como o senador reagiria.
O entrevero começou logo no início da fala de Valério, que disse que “a mulher Marina merecia respeito, a ministra não”. Segundo o parlamentar, ele teria feito a diferenciação para não ser acusado de ter algo contra as mulheres.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE), pediu questão de ordem para afirmar que a declaração de Valério não é cabível em um ambiente institucional. “Se não houver respeito do senador, eu vou pedir que a ministra se retire, por falta de respeito”, disse.
Marina, então, disse que foi convidada para a audiência pública pelo cargo que ocupa, não por ser mulher, e por isso merecia respeito. Ela condicionou sua permanência na sessão exigindo pedido de desculpas do senador, que veio com uma negativa, o que a fez se retirar da Comissão de Infraestrutura.

Após o caso, Marina recebeu mensagens de apoio de diversos parlamentares, de ministros, da primeira-dama Janja, além da ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que ela agiu corretamente ao se retirar da sala da Comissão.