Em toda a história da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), apenas uma mulher negra havia ocupado o cargo de deputada: Antonieta de Barros, eleita em 1934 e, depois, em 1947. Agora, 72 anos depois que ela deixou o cargo, uma segunda mulher negra volta a ocupar uma cadeira na Alesc, sendo ela a Professora Vanessa da Rosa, do PT (Partido dos Trabalhadores) de ville.

Vanessa assume o lugar do deputado Padre Pedro (PT), que se licencia em 19 de outubro. A professora permanece no cargo até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ex-secretária da Educação de ville, a nova deputada disputou as eleições em 2022, tendo conquistado 16.832 votos. É a primeira suplente do PT na Alesc.

Antes dela, Antonieta de Barros havia sido a única mulher negra a ser deputada em Santa Catarina, eleita nos pleitos de 1934 e também em 1947, tendo deixado o cargo após quatro anos de mandato, em 1951. Desde então, nenhuma outra mulher negra tinha sido deputada na Alesc.
“É extremamente simbólico e significativo a minha entrada na Alesc 89 anos após Antonieta de Barros, que abriu o caminho. Oportunidade de dar continuidade ao se legado de representar as mulheres deste estado, as mulheres negras que são tão sub representadas nas assembleias legislativas. Somente 18% de mulheres nas assembleias e desses 7% são mulheres negras, é muito significativo”, destaca Vanessa.
“Para nosso estado, que enaltece constantemente a contribuição do imigrante branco e europeu e em alguns casos inviabiliza a contribuição do povo negro, eu acho que é isso [seu mandato] é uma boa sacudida e mostra a diversidade do nosso estado, que as mulheres são fortes e ocupando espaços de poder”, cita a deputada.
Por ser professora, Vanessa afirma que sua bandeira sempre será a educação, de qualidade e gratuita. Mas, diante dos constantes caos de violência doméstica contra as mulheres, também vai trabalhar na defesa de pautas que defendam as mulheres.
“Pretendo fazer um mandato que olhe pela educação, pelas mulheres em geral e de uma forma especial para as mulheres negras, que possa combater a violência e o racismo”, finaliza.
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