O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, disse, durante a audiência de custódia, ter medo de sofrer retaliação na penitenciária da Agronômica, onde cumpre prisão preventiva. Preso durante a segunda fase da Operação Presságio, Edmilson Carlos Pereira Júnior é acusado de integrar um esquema de desvio de verbas públicas na capital de Santa Catarina.
Audiência de custódia de Ed Pereira – Vídeo: Reprodução/ND
Ao juiz, Ed Pereira citou um episódio ocorrido com ele e sua esposa há cerca de três anos. De acordo com o ex-secretário, eles foram vítimas de um assalto, que culminou em uma operação que prendeu os envolvidos no crime.
“Quando minha mulher estava grávida, com 4 meses, a gente sofreu um assalto no Parque São Jorge. Na época, o coronel Araújo Gomes, juntamente com a Polícia Militar, acionou toda uma equipe que deflagrou uma operação no Morro do Quilombo. Teve óbito nesse dia. Infelizmente, minha mulher está nesse processo, o sobrenome dela é Brose, o irmão dela trabalhava no tático e o nome de guerra dele é Brose”, relatou Ed Pereira.
Dando sequência à sua fala, o ex-secretário disse que sua preocupação é em como “ter cautela” no presídio, uma vez que ficará no mesmo local para onde foram levados os acusados de terem o assaltado.
“A única coisa que me preocupa um pouco é lá na penitenciária, de que forma eu posso ter um pouco de cautela, porque duas pessoas do morro do Quilombo, se não me engano, um deles é conhecido como Pulga, Éder o nome dele. Me preocupa só a minha segurança, tendo em vista que acabei levando esse assunto à tona e foi publicitado até o ponto desse ocorrido”, completou.
Em resposta, o juiz Elleston Lissandro Canali, afirmou que seria feito um registro no termo de audiência, e comunicado à istração prisional para que adotasse as medidas cabíveis no sentido de preservar a integridade física e mental de Ed Pereira.
“A defesa do conduzido Edmilson Carlos Pereira Júnior pugnou pela adoção de medidas visando assegurar a integridade física deste junto ao estabelecimento prisional, tendo o conduzido relatado episódio em que fora vítima de assalto, juntamente com sua esposa, fatos estes que demandaram a adoção de providências legais à época, mencionando ainda o fato de sua esposa possuir parentesco com um policial, o que torna justo o receio de que possa permanecer sob risco enquanto encarcerado, afirma um trecho do termo da audiência de custódia.
Ed Pereira teve habeas corpus negado 2sq5t
A Justiça de Santa Catarina negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Ed Pereira, preso na última quarta-feira (29) durante a segunda fase da Operação Presságio, por suspeita de corrupção.

O advogado do ex-secretário, Claudio Gastão da Rosa Filho, também havia entrado com um pedido de liminar para soltura de Ed Pereira até o julgamento do mérito do habeas corpus.
Ao ND Mais, a defesa de Ed Pereira adiantou, no dia da prisão, não haver fundamentos para que o juiz decretasse a prisão de uma “pessoa primária”, “sem antecedentes”, “que estava colaborando com as investigações e sempre esteve à disposição da Justiça”.
Esquema investigado na Operação Presságio n4760
Ed Pereira é apontado em diversos áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, à época diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, como — supostamente — recebedor de dinheiro público.
Na primeira fase da Operação, deflagrada em 18 de janeiro, após os 24 mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil, foram feitas também, análises em celulares, documentos e computadores apreendidos.
A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro que podem ter sido cometidos Ed Pereira, em parceria com indivíduos do setor privado.