A urna eletrônica brasileira completa 26 anos da primeira vez que foi usada a nível nacional em uma eleição. Mas o equipamento já existe há 34 anos.

O aparelho original não a de um computador da época. O projeto foi inventado por Carlos Prudêncio, em Brusque, no Vale do Itajaí.
Ele trabalhou por 46 anos na magistratura de Santa Catarina. Desconfiado da forma como eram as eleições no ado, Carlos começou a estudar uma maneira inovadora de garantir o direito ao voto.
“Se nós formos fazer um comparativo do que existe hoje com o equipamento de 1988, o de 1988 ele prevê, para o futuro, toda e qualquer situação. Ou seja, de lá para cá, ninguém avançou para aplicar o próprio projeto”, comenta Carlos.
A urna eletrônica foi criada em 1988, mas na época foi proibida de ser utilizada numa eleição.
Carlos Prudêncio Neto, juiz eleitoral na época, resolveu colocar em prática a invenção nas eleições municipais da cidade de Brusque. O município se tornou a primeira cidade do mundo a votar eletronicamente.
O sistema criado por Carlos é tão moderno que poderia até ser utilizado em telefones celulares. A ideia é que qualquer brasileiro pudesse votar de qualquer lugar do mundo, através de um toque na tela.
“A biometria, o voto à distância para abolir a chamada ‘justificativa do voto’, o sistema online que integra todo o sistema, e que aqui em Brusque – uma hipótese – nós teríamos o resultado de uma eleição em dois, três minutos depois do término. Às 17h03 nós tínhamos o resultado de toda a cidade de Brusque. A nível Brasil nós teríamos em questão de duas horas”, explica.
Carlos conta que desde a invenção até hoje, ano após ano, especialistas, cientistas e e estudiosos do mundo inteiro tentam fraudar a urna, sem sucesso até agora.
O presidente do Instituto dos Magistrados do país se orgulha da ideia, do projeto e também das facilidades e garantias que a urna trouxe aos brasileiros. Mas critica o governo por não investir em mais modernidade que a urna pode ter.
“Até hoje nós não tivemos ninguém com alcance de fraudar uma eleição eletrônica no Brasil. E não vamos ter. Tudo que está sendo feito no mundo, é com base na nossa eleição eletrônica. Eu mesmo, quando presidente do TRE de Santa Catarina, eu recebia delegações de vários países para vir ver o sistema na fonte, que era Santa Catarina” relata o inventor do aparelho.
Ele ainda confirma que não há urna mais moderna do que a usada no Brasil. “Nenhuma, nem perto da nossa. Isso é um orgulho para nós brasileiros”, conclui.
A ideia, 100% brasileira, aqui de Santa Catarina, faz com que Brusque seja reconhecida mundialmente como o berço da urna eletrônica.