Massas da promessa reforçam devoção ao Divino Espírito Santo em São José 5i5n1d

Ana das Graças Martins prepara fornadas de pão caseiro como promessa para o Divino Espírito Santo desde 1976; tradição que envolve fé, devoção e esperança 4w3j22

Ana das Graças prepara uma fornada de massas da promessa para a 173ª Festa do Divino de São José Ana das Graças prepara uma fornada de massas da promessa para a 173ª Festa do Divino de São José – Foto: Divulgação/ND

Em uma cozinha que exala o cheiro de pão caseiro, Ana das Graças Martins, 71, prepara mais uma fornada de massas da promessa para a 173ª Festa do Divino de São José, que vai até segunda-feira.

A casa, no bairro Campinas, se transforma todos os anos em uma extensão do altar dedicado ao Espírito Santo. A aposentada é mãe de Luciana Martins Cavalcante, festeira desta edição, e mantém viva uma tradição herdada da família e fortalecida por sua fé.

Promessa ao Divino Espirito Santo 151b5

“Comecei a fazer a massa no ano em que me casei, em 1976. Eu estava com uma micose feia nas unhas e pedi ao Espírito Santo que me curasse. Prometi que, se ficasse boa, faria as massas da promessa todos os anos. Fui curada e, desde então, nunca mais deixei de fazer”, conta Ana, enquanto molda com delicadeza as figuras de pão.

A tradição das massas da promessa envolve fé, devoção e esperança. São pães moldados com formatos que representam partes do corpo humano ou figuras simbólicas, ofertados como agradecimento por graças alcançadas. Segundo Ana, é uma prática que exige respeito, oração e silêncio interior.

“Quando começo a massa, faço uma oração pedindo ao Divino pela cura da pessoa. Cada massa tem um nome, uma intenção, e o formato corresponde ao pedido. Coração, mão, cabeça, pé… ano ado fiz seis pés. Todos que pediram ficaram bons. Vai da fé de cada um.”

Neste ano, Ana estima que fez cerca de 70 massas. Os ingredientes são simples – farinha de trigo, ovos, água morna, fermento, manteiga, açúcar e um item especial, erva-doce – mas o preparo exige cuidado. “Tem que respeitar o tempo da massa, deixar descansar e crescer”, explica.

As massas são entregues durante os dias da festa e expostas em uma mesa especial na igreja.

Ana coloca o ingrediente especial, erva doce, na massa – Foto: Divulgação/NDAna coloca o ingrediente especial, erva doce, na massa – Foto: Divulgação/ND

Podem ser ofertadas pelos próprios devotos ou por Ana, caso a pessoa esteja impossibilitada. Muitas dessas figuras são leiloadas ou vendidas para arrecadação de recursos para a própria festividade. “Nunca cobrei nada. A oferta se faz na missa, se a pessoa quiser. Eu só faço, rezo e agradeço”, diz.

Tradição ada de mãe para filha 5m1y2n

A tradição é antiga e acompanha a história da própria Ana, que nasceu em uma família devota em Santo Amaro da Imperatriz, onde aprendeu com a mãe o valor dessa fé profunda. Em São José, a prática se enraizou com ainda mais força.

“Minha mãe trabalhava na igreja de Santo Amaro e eu ia com ela. Queria muito participar dos cortejos, mas nunca falei isso para ela. Lembro de uma menina que levava uma almofada, eu era apaixonada por aquilo. Hoje vejo minha filha como festeira e fico muito emocionada.”

A festeira deste ano, Luciana, 41, reforça o quanto essa herança espiritual atravessa gerações.

“Minha avó era muito devota, minha mãe continuou e eu recebi essa fé com muita força. Sempre que alguém da família ou um amigo a por alguma dificuldade, a gente recorre ao Espírito Santo.”

Entre as histórias mais marcantes está o caso de um menino que, ainda bebê, foi desenganado pelos médicos. Ana prometeu fazer uma cabeça de massa pela cura dele.

“Quando abri o forno, a massa estava diferente. Ele se curou. Hoje é um homem feito, casado, pai de família. Isso tem mais de 30 anos.”

Luciana também se emociona ao lembrar da amiga de infância que enfrentou um câncer agressivo.

“Minha mãe fez uma massa pela cura dela. Semana ada, recebi uma mensagem dizendo que ela entrou em remissão. Os dois filhos dela vão estar no cortejo de domingo, na mesma missa em que renovarei meus votos de casamento. É muita alegria.”

Por fim, Ana conta que, para dar certo, precisa ter fé – e o mais importante é levar a oferta a sério.

“Eu já vi muita coisa acontecer com essas massas. Teve uma vez que fiz um boneco e, quando tirei do forno, ele estava torto. Depois descobri que a pessoa estava com o braço quebrado. O Espírito Santo é uma tradição muito poderosa. Eu não brinco com nada que vem de Deus, é muito sério.”

Tradição é antiga e acompanha a história da família devota de Santo Amaro da Imperatriz – Foto: Divulgação/NDTradição é antiga e acompanha a história da família devota de Santo Amaro da Imperatriz – Foto: Divulgação/ND

Festa do Divino Espirito Santo em Florianópolis começa na quinta-feira 2z115r

As celebrações do Divino Espírito Santo prosseguem, e Florianópolis se prepara para dar início ao ciclo de festas na Capital. De 5 a 8 de junho, a Ides (Irmandade do Divino Espírito Santo), no Centro, recebe a tradicional Divina Festa 2025.

A abertura oficial será na quinta-feira (5), na sede da irmandade. A partir de sexta (6), as barraquinhas tomam conta do local, com comidas típicas, brincadeiras e muita devoção. A programação do ciclo do divino continua por mais de quatro meses e envolve 14 comunidades da cidade.

Programação da Festa do Divino Espírito Santo u6o2j

Sábado (31/5) 2y6r1j

  • 18h30 – Abertura oficial e cortejo da Família Imperial
  • 19h – Missa de abertura

Domingo (1º/6) 146n

  • 9h – Cortejo da Família Imperial
  • 9h30 – Missa
  • 12h – Almoço
  • 14h – Tarde de Prêmios
  • 18h30 – Cortejo da Família Imperial
  • 19h – Missa

Segunda-feira (2/6) 1o5t1z

  • 14h – Missa
  • 15h30 – Tarde de Prêmios
  • 18h30 – Último cortejo da Família Imperial
  • 19h – Missa solene, presidida por Dom Wilson Jönck, com apresentação do casal festeiro de 2026
  • 20h30 – Noite de Prêmios
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