Com a chegada dos aplicativos de relacionamento, como o Tinder, por exemplo, criado em 2012, conhecer novas pessoas, seja para namoro ou encontros sem compromisso, ficou mais fácil. Mas isso não significa que a experiência seja positiva.

E para mostrar que praticidade não significa eficiência, leitoras dividiram com o ND+ algumas de suas histórias inusitadas e ‘dates’ ruins proporcionados por meio de aplicativos de relacionamento. Fica a pergunta: a crise chegou no Tinder?
Conheça algumas dessas histórias:
Propaganda enganosa 64422o
*Thais conta que se surpreendeu negativamente ao marcar um encontro com um homem que conheceu no Tinder. Isso porque, segundo ela, pelas fotos ele “parecia ser lindo”, mas ao encontrá-lo pessoalmente, “era difícil acreditar que era a mesma pessoa”.
“Depois que nos falamos pelo aplicativo, trocamos telefone, nos falamos e e marcamos de tomar um açaí. Ele estava me esperarando no ponto de ônibus. Quando eu ainda estava no ônibus, pela janela, já percebi que ele não era como nas fotos. Até a altura enganava, ele era bem mais baixo”.
Emocionado 3k5iv
No aplicativo Bumble, *Maria também ou por uma experiência negativa. Ela conta que o primeiro encontro com o homem foi ótimo, mas já no segundo, ele começou a cobrá-la por tirar fotos com os amigos e com ele não.
“Ele era intenso, já fazia planos sobre eu conhecer a família dele, sobre viajarmos para o Rio de Janeiro, falava que me queria para sempre. E a gente se conhecia havia menos de uma semana”, afirma.
*Maria ainda conta que, no terceiro encontro, o homem revelou que ela era a terapia dele. Sufocada, decidiu romper tudo.
Personal Shopper 5y112p
Já *Luiza teve seu primeiro encontro com um rapaz no shopping, que ocorreu de maneira inesperada. Isso porque, ao invés do que se imagina em um ‘date’, em que o casal conversa e se conhece, ela serviu como uma espécie de parceira de compras.
“Primeiro, ele foi a uma loja de calçados comprar um tênis, depois foi comprar comida para ele. Na sequência, olhou uma camiseta em outra loja e assim foi o encontro inteiro. Eu mal o conhecia”, afirma.

Coincidência e amizade 432b29
Já *Juliana comenta que mal usa aplicativos de relacionamento e, justo quando foi usar o Happn, uma situação inusitada ocorreu. Isso porque, ela e a amiga estavam conversando com o mesmo homem e não sabiam.
Juliana* conta que saiu com ele, mas sentiu que a química não bateu e decidiu manter a amizade. Mas enquanto conversava com a amiga sobre aplicativos de relacionamento, descobriram que, pelas características mencionadas por ambas, estavam conversando com o mesmo homem.
“Ela saiu com ele, mas também não deu em nada. No fim, nós três nos tornamos bem amigos”, comenta, em tom humorado.
Ela ainda comenta que levou a situação com bom humor, já que não havia envolvimento emocional.
“Nossa reação foi engraçada, então, foi tranquilo. Rimos da coincidência”, completa.
Filhinho da mamãe m1n2k
Já *Laís comenta que marcou um date também com um rapaz do Tinder e o encontro parecia interessante até que ele recebeu uma ligação da mãe e “teve que atender”.
“Ela perguntou onde ele estava. Ele mentiu dizendo que tinha ido apenas comprar um lanche, já que ela não queria que ele saísse de casa. Comentou que a mãe era super protetora e tinha pedido para ele ir direto para casa, não o deixava sair”, comenta.
Internautas contam histórias de dates ruins 1u6663
Não somente as leitoras do ND+ contaram as histórias de dates ruins delas. No Twitter, a hashtag #dateruim popularizou-se com as situações inusitadas dos usuários. Veja algumas delas:
#DateRuim quando o cara chegou 40 minutos atrasado, com uma amiga e me levou pra assistir uma apresentação de tcc
— { .name : kai } | e/elu (@kaimesmo) November 6, 2017
#DateRuim fiquei com um cara por 5 dias quando tava de férias no RJ e no último dia ele me assaltou
— thai (@whereisthai) November 7, 2017
#dateruim o cara me chamou pra tomar uma cerveja, cheguei lá e a gente realmente tomou UMA CERVEJA e ele quis ir embora
— a loba (@avrilleijavin) November 6, 2017
#DateRuim o cara foi me mostrar uma função do Tinder, apareceu uma menina e ele deu like. A história é essa.
— gaby (@gabyquem) May 3, 2022
O que fazer nessas situações? 85n13
O psicólogo Marcos Santos, que é especialista em sexualidade da plataforma Sexo Sem Dúvida, comenta que desde a criação do Tinder, há dez anos, “a percepção das pessoas sobre o aplicativo mudou e também o modo de uso”.
Ele completa que, no lançamento do Tinder, “era enfatizada a proposta de um namoro online e iniciava ali um condicionamento social de como as pessoas se mostram (o perfil), como elas escolhem o outro (a seleção) e como começam a se relacionar on-line (a conversa)”.
Segundo o psicólogo, as poucos foram evidenciadas as dinâmicas de interação, sendo que, cada país e cultura, adaptou a ferramenta (modo e objetivos de uso) à cultura regional.

“No Brasil, o maior número de usuários ainda é masculino, 4 para cada 1 mulher. E ainda há a ideia de que este aplicativo serviria exclusivamente para promover encontros casuais e sexo facilitado. Entre as mulheres, ainda é grande o número de intenções de namoro ou simplesmente fazer novas amizades, com ou sem pretensão sexual“, completa.
Fatores culturais machistas replicados por várias gerações são motivos pelos quais o comportamento é muito refletido nos aplicativos de relacionamentos, comenta o sexólogo.
A razão é simples: em muitos casos falta alinhar expectativas. É só observar para perceber que muitas pessoas estão à procura de relacionamento sério e outras tantas de algo casual.”, completa.
Ele ainda completa que a maioria dos usuários homens estão mais preocupados com sexo do que com relacionamento sério ou amizade. Dessa forma, mulheres com objetivos tão diferentes acabam se decepcionando.
O sexólogo enfatiza, ainda, como as mulheres podem lidar com as frustrações nos aplicativos e fugir da repetição dos mesmos ciclos.
“A mulher que se frustrou com experiências no Tinder precisa entender que não é algo necessariamente relacionado a ela, mas sim um padrão de comportamentos adotados pela maioria dos homens ainda hoje, infelizmente. A parte que pode ser atribuída ao comportamento da mulher diz respeito à própria condição ou momento em que ela se encontra, como solidão, carências, relações anteriores negativas ou traumáticas”, completa.
O psicólogo também dá dicas para evitar que situações como essas ocorram. “É preciso ter mais atenção e menos ingenuidade para evitar casos de golpe e também desconfiar de pessoas que fazem perguntas muito pessoais ou íntimas logo no começo da conversa. Fiquem atentas também a possíveis inconsistências no discurso do outro, não aceite encontrar pessoalmente usuários que não topam fazer chamadas de vídeo antes e tomem cuidado com falsas promessas sentimentais, elogios vagos e pedidos de ajuda ou apoio financeiro”, completa.
O psicólogo Marcos Santos ainda completa que há a possibilidade de encontrar relacionamentos sérios no Tinder.
“Existe grande probabilidade de ter sucesso em um relacionamento iniciado por meio do aplicativo, pelo simples fato de que todo ser humano, de alguma forma e em algum momento, quer se relacionar com alguém. A probabilidade de encontrar uma pessoa parecida com os seus valores e que compartilhe ideias afins é grande, basta não exagerar nas exigências”, afirma.
Melhores cidades e bairros para encontrar um par romântico 4955e
Para quem está solteiro e deseja procurar um par, há um site que leva em conta o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e considera a população de cada bairro para analisar onde está a maior a probabilidade de encontrar homens e mulheres solteiros, de 18 a 40 anos, em diversas cidades do Brasil.

Em Florianópolis, a relação mostra que as maiores chances de achar uma parceira estão nos bairros Saco Grande, com 81,7%, seguido do Campeche, com 55,1%, e Rio Tavares com 49,5%.
E para quem busca um namorado, chance grande nos bairros Tapera, com 86,7%, Saco Grande, com 70,8% e no Rio Tavares, com 37,7%.
A relação completa pode ser vista no site populacao.net.br.
*Os nomes foram trocados para preservar as identidades das entrevistadas