Uma das situações sempre presentes em meus atendimentos clínicos e pelo portal Sexo sem Dúvida é a queixa sobre a falta de entrosamento sexual. Como resolver quando a parceria é boa, mas o sexo não funciona bem para um ou todos da relação? Quando estamos falando de entrosamento sexual, falamos sobre um bom sexo, química sexual ou frequência sexual?
Importante lembrar que uma boa vida sexual não é feita apenas do ato sexual. Ou seja, as vivências da sexualidade não se restringem à relação sexual em si, à estimulação dos órgãos genitais apenas. Compreende o dia a dia, o erotismo, a sensualidade, a afetividade, o corpo como um todo e a convivência.
Intimidade vai para além do amor e do sexo. Ela pode ser intelectual, espiritual, afetiva, corporal e sexual. – Foto: Reprodução Pexels/ND
E, como venho refletindo por aqui, não é apenas o sexo o que vincula a relação. Trago sempre a importância da comunicação. Logo, ratifico que a comunicação sobre o sexo é o que faz a diferença.
Hoje vou trazer mais um elemento importante para uma boa parceria: a intimidade. Já te adianto que a intimidade vai para além do amor e do sexo. Ela pode ser intelectual, espiritual, afetiva, corporal e sexual.
E saiba que para você ter intimidade com a outra pessoa é preciso que você seja íntima de você mesma. Autoconhecimento sempre! Autoconhecimento e disposição para conhecer a outra pessoa e o que é sexo para ela.
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Então, se há descomo no ritmo sexual e a parceria é boa, como manejar? Primeiro, é importante saber como essa parceria se aproximou e se a prioridade é o tesão, pois a atração erótica entre o casal nem sempre é o que os vincula.
As pessoas se relacionam também por amor, pelo cuidado e por conta da conveniência. Se o casal se aproximou por amor, neste caso a atração pode não estar no sexo, mas na atração afetiva ou na intelectual, por exemplo. Ou seja, na forma de ser, na forma de ver a vida.
Se o casal se aproximou por conta de cuidado, a relação pode estar ligada tanto ao afetivo como ao material. Já a conveniência diz respeito às relações de interesse que acontecem numa parceria. Podem ser financeira, social, comercial, política, familiar, para sair de casa, para ter um filho, para conseguir ficar num país estrangeiro… nem sempre é explicito.
E algumas vezes vai se estruturando a conveniência de acordo com a convivência, com projetos em comum, como filhos, patrimônio econômico, viagens ou morar em outro país, por exemplo.
Pouco se fala sobre a conveniência, mas lembre-se de que toda relação tem interesses, e isso não é necessariamente ruim. Recomenda-se honestidade e clareza de qual é o projeto do casal. Em qualquer destas situações, a parceria pode sim ser boa e ter pouco entrosamento sexual.
Assim, a mágica sexual não vai acontecer se não houver comunicação. Então, para resolver esse ime é importante falar sobre ele. Tem de se dedicar. Relacionamento dá trabalho. Existem períodos de crise. É um desafio. Além disso, a expectativa de que o desejo deve acontecer no mesmo dia, na mesma hora e com a mesma intensidade para o casal é irreal. A frequência sexual depende do ritmo de cada pessoa. E o desejo pode ser espontâneo ou responsivo.
É preciso olhar o porquê você faz sexo e com quem. É preciso compreender em qual fase da vida você se encontra e em qual ciclo de vida está o casal. A sexualidade é um dos pilares da qualidade de vida e a atividade sexual prazerosa e frequente é benéfica para a saúde sexual, física e mental. Mas a frequência é individual e num casal é preciso ajustar a dança em nome do bem-estar e da longevidade.
Aqui voltamos ao início do jogo… qual é o lugar do sexo na sua vida? Qual o lugar do sexo no seu relacionamento?
