Doenças respiratórias exigem ação do Estado e cuidados individuais, alerta presidente do CRM-SC 572155

Eduardo Porto Ribeiro fala à coluna sobre o aumento de casos e a pressão na rede hospitalar de Santa Catarina k2r2c

Presidente do CRM-SC (Conselho Regional de Medicina de SC), Eduardo Porto Ribeiro fala sobre o aumento de casos de doenças respiratórias no Estado, faz recomendações à população e cobra ações do Estado.

Como avalia o cenário atual em relação às doenças respiratórias?
A proximidade dos dias mais frios é motivo de bastante preocupação para os médicos catarinenses – principalmente para aqueles que atuam no atendimento pediátrico. Os relatos que recebemos indicam que esse ano há um pico bastante acentuado – desde já, antes da chegada do inverno propriamente dito -, no número de crianças que buscam atendimento de urgência e emergência nos hospitais catarinenses.

Eduardo Porto Ribeiro , presidente do Conselho Regional de Medicina de SC – Foto: Divulgação/NDEduardo Porto Ribeiro , presidente do Conselho Regional de Medicina de SC – Foto: Divulgação/ND

Há casos leves, representados pelos resfriados comuns, mas se observou alarmante aumento de casos mais graves, associados a gripes e bronquiolites, relacionadas das principalmente ao vírus sincicial respiratório mas também à influenza e até ao adenovírus.

Isso vem provocando a lotação dessas estruturas e afeta o atendimento. Há filas nas emergências e também nas UTIs, já que alguns casos exigem atenção de alta complexidade.

Mudar essa realidade exige ações por parte do Estado e atenção dos pais e responsáveis. O governo precisa aumentar as equipes de atendimento e as estruturas disponíveis. Já os adultos precisam tomar certas precauções. Crianças com doença respiratória – gripes e resfriados, por exemplo – devem permanecer em casa até o fim dos sintomas.

Também é indicado mantermos alguns hábitos que aprendemos com a chamada etiqueta da tosse – usar máscaras em ambientes fechados quando estivermos com sintomas respiratórios, lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel.

O que vocês estão reivindicando aos gestores públicos de saúde?
A garantia de atendimento adequado à população é algo bastante complexo, que exige ações emergenciais e planejamento de longo prazo. Para atender a demanda crescente nas emergências pediátricas, por exemplo, é preciso aumentar a oferta de infraestrutura, principalmente com mais profissionais e novas UTIs. Mas há outras demandas que não podem ser esquecidas.

A fila de cirurgias eletivas é uma delas. Para evitar que problemas relativamente simples se transformem em algo mais grave por falta de tratamento, é necessário agilizar as cirurgias. O governo precisa avaliar alternativas como a realização de mutirões, a ampliação de estruturas ou a contratação de serviços de menor complexidade junto a unidades médicas do setor privado.

Em paralelo, precisa planejar as estruturas necessárias para dar conta do aumento populacional e até de novas doenças que surgem com a mudança no perfil da população e implementar políticas de valorização do trabalho médico.

No dia 1º de julho as entidades que compõem o Cosemesc (Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina) vão promover em Florianópolis um evento para discutir a situação atual dos profissionais e debater propostas para o futuro. Um dos temas em pauta será a chamada carreira de Estado na saúde.

É fundamental que se criem mecanismos para estimular a presença de médicos em todas as regiões do Estado. Essa descentralização, com a ampliação de infraestrutura, pode contribuir para diminuir problemas no futuro.

Quais as recomendações que são importantes reforçar neste momento?
Há uma orientação que serve para crianças, adultos e idosos. A atualização do calendário vacinal. Os dados mostram que precisamos ampliar o número de vacinados para doenças como sarampo, influenza, entre outras.

Além disso – e é até difícil pedir algo assim – reforço que a população precisa ter compreensão e valorize os médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde que atuam no atendimento em clínicas, unidades de saúde e hospitais.

Essas pessoas, que nos últimos anos foram fundamentais no enfrentamento da pandemia, seguem expostas a bastante estresse, trabalhando no limite, e fazendo o seu melhor.

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