A infinidade de métodos contraceptivos disponíveis no mercado traz mais conforto e comodidade para mulheres que não pretendem ter filhos a curto e longo prazo ou fazem algum tratamento específico. O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um deles e tem ganhado cada vez mais adeptas.
No entanto, nos últimos anos viralizaram nas redes sociais relatos de mulheres que engravidaram mesmo utilizando o dispositivo. Diante do cenário, o seguinte questionamento começou a ser levantado: afinal, o DIU é mesmo seguro?

A especialista em ginecologia e obstetrícia Helena Gondin esclarece que o método é, sim, seguro e pode ser, inclusive, uma alternativa mais confiável que outras opções.
“O que eu tenho percebido é que algumas pacientes chegam com algum tipo de preconceito pois viram na internet histórias de mulheres que engravidaram usando DIU. Mas o número de mulheres que ficaram grávidas utilizando outros métodos contraceptivos é muito maior”, afirmou.

“O DIU de cobre tem taxa de falha de 0,6 a 0,8 mulheres em 100 no período de um ano. Para o DIU hormonal, esse número cai ainda mais, chegando a uma taxa de falha muito pequena, de 0,1 mulheres em 100 em 1 ano”, completou a especialista.
A bióloga Juliana Giacomini, de 30 anos, usa o dispositivo há quase cinco. Após uma conversa com sua ginecologista, optou por essa forma de contracepção.
“Eu vivia esquecendo a pílula. O DIU você coloca ali e não tem que se estressar com isso. Nos primeiros meses foi mais difícil porque tive muita cólica, mas depois foi bem tranquilo”, contou.
Ela, que optou pelo DIU Mirena, aplicado na rede particular de saúde, diz que não pensa mais em trocar o método e que buscou essa opção por influência da mãe, que também utilizou o DIU, mas engravidou mesmo assim. O que, pelo visto, não desencorajou Juliana de também optar pelo método.
“Eu sou ‘filha de DIU’ [risos]. Minha mãe quando ficou grávida de mim estava usando o DIU de cobre. E por ser uma “filha dele”, tenho ainda mais cuidado. Conversando com o meu ginecologista, que também acompanhou o parto da minha mãe, ele comentou que não é porque eu usava o dispositivo que deveria abandonar outros métodos, como a camisinha, por exemplo”, relembrou a bióloga.

O mais curioso na história de Juliana é que ela quase foi registrada como ‘DIUliana’ por conta da situação inusitada.
“Meu nome é Juliana, mas como minha mãe engravidou usando o dispositivo, deram a grande e brilhante ideia, para que ela colocasse meu nome de ‘DIUliana’. Graças a Deus, ela teve um momento de lucidez e botou ‘JUliana’ [risos]”, brincou.
A ginecologista reforça que a eficácia do método contraceptivo também inclui uma rotina periódica de acompanhamento médico.
“Para garantir que o DIU está exercendo seu efeito contraceptivo pleno, precisamos ter certeza de que ele está no lugar correto. Existe um maior risco de expulsão pelo corpo na primeira menstruação ou no primeiro mês, por isso, é recomendada a reavaliação com exame físico ou ultrassom logo após a primeira menstruação ou entre 4 e 6 semanas da inserção”, detalhou Helena.
Os 3 principais tipos de DIU: 114i6r
DIU de cobre: também conhecido por ser uma opção não-hormonal, oferece uma contracepção segura por até 10 anos.
DIU Mirena: ao contrário do item de cobre, o Mirena é um dispositivo à base de hormônio, que ajuda a inibir a menstruação e reduzir as chances de cólicas. Tem durabilidade de até 5 anos em média.
DIU Kyleena: também de caráter hormonal, mas em menor quantidade em comparação ao Mirena, o Kyleena tem efeitos bem parecidos, inclusive o de reduzir o fluxo menstrual. Tem validade de cerca de 5 anos.
Aplicação do DIU pelo SUS em SC 633e6y
O dispositivo intrauterino de cobre é ofertado de forma gratuita pela APS (Atenção Primária à Saúde) do SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a SES (Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina), de janeiro a julho deste ano, foram contabilizadas 1.794 aplicações de DIU pelo SUS em todo o Estado.
“O DIU ganhou um espaço grande nos últimos anos por ser um método de longa duração e com inúmeros benefícios. Seja pelo ótimo controle do sangramento no caso do hormonal, ou até mesmo por ser o método não-hormonal mais confiável”, finalizou a ginecologista.