Escola mobiliza alunos no combate ao mosquito da dengue 6z6r1a

Alunos desenvolveram placas de conscientização e espalharam pelo bairro – Foto: Renata Bomfim/Divulgação/its Teens

Se um mosquito incomoda muita gente, imagine milhões deles infectados com o vírus da dengue? Não há dúvidas de que incomodam muito mais.

Para ajudar a cidade com este problema de saúde pública, escolas de toda a rede municipal de ville têm se mobilizado com projetos de conscientização e prevenção, desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental.

Com disparo de casos confirmados no bairro, a Escola Municipal CAIC Professor Desembargador Francisco Rodrigues de Oliveira mobilizou toda a comunidade escolar e os mais de 700 alunos com projetos que, hoje, são institucionais.

Com a “Patrulha da dengue”, por exemplo, formada por alunos do quinto ano, os agentes escolares vestem um colete azul duas vezes na semana e carregam nas mãos bandeiras amarelas para sinalizar os possíveis focos de reprodução do mosquito.

Além disso, os estudantes levam para casa um cubo com leitura de QR Code para que a conscientização chegue até as famílias da comunidade. “Esse projeto vem desde 2019. A gente vem trabalhando com QR Code e Sacola Literária e isso veio a calhar neste ano, por conta da própria pandemia. Ali eles têm o a vídeo, reportagem, música, tudo para atingir todos os níveis”, destaca Maria Jasper Rebelo, professora de primeiro a quinto ano.

Já nos anos finais, do sexto ao nono ano, Carla Keite Machado, professora de Ciências, resolveu atrair a atenção dos moradores do bairro com o desenvolvimento de placas informativas feitas pelos próprios estudantes.

Com frases de conscientização e cores chamativas, a avenida principal que dá o à via gastronômica do bairro ganhou um colorido de alerta: a dengue não é brincadeira e mata.

Defensora da educação sanitária nas escolas, Carla destaca também outros problemas que podem surgir por conta da água parada. “Não é só a dengue, ville é a cidade que mais morre pessoas por leptospirose. Aqui no nosso bairro, quando chove, coincide com a maré que enche, então, tem que levar (esse assunto) para as crianças.”

À frente de um estudo de investigação sobre a dengue no bairro onde está a unidade escolar, a pesquisa feita pela professora Carla com 220 famílias mostrou que 68 alunos foram contaminados pelo vírus entre 2020 e junho deste ano.

Um deles foi Bruno Krupinski, 14, estudante do oitavo ano. “Eu fiquei bem mal, meus olhos ardiam, tive manchas pelo corpo”, relembra. O resultado da pesquisa apontou, também, mudança no comportamento dos moradores.

Segundo os dados, 90% dos entrevistados afirmam que limpam suas residências para evitar os focos de criadouros. “Com esse trabalho de conscientização que foi feito na escola, mesmo durante a pandemia, foi trabalhado o conteúdo. Este ano a gente retomou, porque educar é uma arte da repetição”, destaca Jurcelia da Silva, diretora da unidade.

7 curiosidades sobre a dengue w6yt

• A história de casos de dengue no Brasil já vem de muitos e muitos anos. De acordo com o Instituto René Rachou – Fiocruz Minas, até aqui já foram mais de sete milhões de pessoas contaminadas e a cada quatro ou cinco anos, é possível que aconteçam epidemias explosivas.
• Mais profundamente, o vírus da dengue é transmitido pelo Aedes aegypt e vem da mesma família que causa a febre amarela, chamada de Flaviviridae, do gênero Flavivírus. É importante ressaltar que a infecção desse vírus é feita, normalmente, por mosquitos.
• No Brasil, o vírus da dengue é dividido em quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 E DEN-4, que podem variar desde a forma assintomática, quando a pessoa não apresenta nenhum sintoma, até casos mais graves, como a hemorrágica.
• Estudos apontam que quando uma pessoa contrai um dos quatro sorotipos, o próprio organismo fica imune quanto a nova contaminação desse tipo, mas não aos outros.
• O tempo de incubação do vírus até o surgimento dos primeiros sintomas leva cerca de 15 dias. As reações costumam ser febre, tontura, dores de cabeça e náuseas, em caso de dengue clássica.
• Um único mosquito é capaz de colocar mil ovos.
• O Aedes aegypti gosta muito do verão, até porque a quantidade de chuva na estação é maior, o que aumenta o número de focos.

Número de confirmados com dengue somam quase que a população de dois bairros 37r14

De acordo com dados registrados pela Vigilância Epidemiológica até o mês de novembro deste ano, a cidade teve mais de 24 mil casos notificados, sendo 16 mil confirmados. Sabe o que isso significa? Que é como se quase todos os moradores dos dois bairros mais populosos da cidade (América e Anita Garibaldi) tivessem testado positivo para dengue. O assunto é brincadeira e por isso todas as ações precisam ser levadas a sério.

Cuidados importantes! 646u5i

Duas vezes na semana, a “Patrulha da Dengue” faz vistoria em toda a escola para eliminar os focos do mosquito – Foto: Renata Bomfim/Divulgação/its Teens

Em meio a uma pandemia da Covid-19, os sintomas da dengue às vezes podem confundir, mas cuidado: os dois casos precisam de muita atenção e é importante procurar um atendimento médico mais próximo para receber todas as orientações de tratamento.

As informações aqui são de caráter informativo e não substituem um diagnóstico médico. Sem um medicamento específico, a dengue é tratada na pessoa infectada apenas com analgésicos e antitérmicos, além de aumento de ingestão de líquidos para manter o organismo hidratado.

Por isso, para evitar que este problema afete a sua saúde, dos seus amigos e familiares, cuidar do espaço onde mora, estuda ou até mesmo vive, como o seu bairro e cidade, é importante para cuidar da vida de todos. Saiba como:

• Crie o hábito de usar repelente ou até mesmo inseticidas caseiros que podem desenvolver uma camada de proteção das partes que ficam expostas no seu corpo. Vale prestar atenção na composição do produto e se possui indicação médica.
• Ao fazer a limpeza no quintal para eliminar os possíveis focos da dengue, use sempre camisetas de manga comprida e calças, calçado fechado e luvas de proteção nas mãos.
• Mesmo que na sua casa todos os vasinhos de plantas estão limpos, garrafas fechadas e tudo, aparentemente, sem chance de água parada, confira os ralos que ficam no quintal e calhas – estes costumam ser os locais com alto índice de reprodução dos ovos da dengue. Faça sempre a limpeza e finalize com uma tela de proteção para evitar a agem do mosquito. O material pode ser encontrado em lojas de materiais de construção.
  

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