O Brasil registrou um aumento no número de casos da febre do oropouche, conhecida popularmente como “febre do maruim”. Com 5.102 registros da doença no país, Santa Catarina mantém 10 casos confirmados até o momento, segundo boletim divulgado pelo MS (Ministério da Saúde) nesta semana.

Os sintomas da doença são muito parecidos com a dengue, sendo eles dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náuseas e diarréia. O médico infectologista Amaury Mielle explica como identificar a febre e quais sinais o paciente apresenta ao contraí-la.
Em entrevista para o Portal ND Mais, Mielle comenta que com a dengue, o exame é feito muito cedo, sendo o período correto para fazê-lo entre o segundo dia do sintoma até o quinto ou sexto.
No sétimo dia, o paciente não apresenta mais o vírus no corpo, por isso que se fizer o teste muito cedo e der negativo, mas ainda apresentar a suspeita da doença, o ideal é repeti-lo para ter o diagnóstico certeiro.
“Agora, quando da negativo mesmo, você está no terceiro ou quarto dia do sintoma, com dor no corpo, febre e mal-estar, faz o teste de oropouche”, explicou.

Conforme o médico, não são todos os laboratórios que realizam a testagem da febre do oropouche, mas provavelmente eles terão um teste chamado RT-PCR.
“É um teste molecular que inclusive fica pronto rápido. É feito a pesquisa direta do material do vírus”, pontuou Mielle.
Febre do Oropouche: doença pode causar meningite 6v5n
De acordo com o médico infectologista, os sintomas entre a febre do oropouche e a dengue são muito parecidos, mas a diferença entre eles é o desfecho do vírus transmitido pelo maruim.
“Não tem casos de óbitos até agora no Brasil, mas há sintomas da febre do oropouche que a dengue não traz, que é a meningite. Ela pode trazer uma infecção e o vírus entrar e causar uma meningite viral”, explicou Mielle.
Ainda conforme o médico, pode-se dizer que a doença é um surto, que ocorre toda vez que há a emergência de alguma doença que não é endêmica.
“Endêmica é a que fica o ano todo. A gripe, por exemplo, fica o ano todo, a covid fica o ano todo. É uma coisa nova aqui no Estado, então a gente pode dizer que é um surto”, disse.
Por ter sintomas muito parecidos com a dengue, Mielle comenta que a “febre do maruim” pode ar batida, pois as pessoas não estão fazendo o teste para diagnosticá-la.
“O número de casos de dengue é alto, mas tem um bom número que é oropouche. Eu vou fazer um estudo no segundo semestre, para analisar pessoas que não testaram positivo para a dengue, para ter uma ideia do número de pessoas na população de Blumenau que foi acometida por dengue, eu acho que deve dar mais de 70%”, destacou.
Confira quais cidades de SC já registraram casos da doença 3p3nd
Segundo os dados divulgados pelo MS na terça-feira (14), os maiores índices da febre do oropouche estão concentrados no Amazonas (2.947) e em Rondônia (1.528).
Santa Catarina, Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Amapá, Maranhão e Paraná também possuem registros ou casos sob investigação.
Ainda conforme o MS, a maioria dos casos no Brasil foi registrado em pacientes com idade entre 20 e 29 anos. Também houve casos nas faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 10 a 19 anos.
Casos confirmados em SC se concentram no Vale do Itajaí 1h704l
- Botuverá (5)
- Brusque (4)
- Luiz Alves (1)