Florianópolis é a 2ª capital com a maior taxa de casos de HIV e aids entre gestantes e crianças menores de 5 anos do Brasil. Os dados, referentes a 2022, são do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (30).
Nesta sexta-feira (1º) é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra à Aids, que abre o Dezembro Vermelho, mês para conscientização da doença.
Segundo a prefeitura, diversas ações são feitas para combater a doença. Confira a nota ao fim da matéria.
Médica destacou a importância do acompanhamento de gestantes com HIV – Foto: TV Brasil/Reprodução/NDFlorianópolis é a segunda capital do Brasil com maior taxa de infecção de HIV entre gestantes, com 8,9% (casos por 1.000 nascidos vivos). A taxa é mais que o dobro da média nacional, de 3,1%.
A Capital puxa Santa Catarina para o top 5 entre os Estados com a maior taxa de infecção por HIV entre gestantes do Brasil. Rio Grande do Sul lidera com, 7,9%; Roraima tem 5,6%; e Santa Catarina, 5,1%, ao lado do Rio de Janeiro, com a mesma taxa.
Regina Valim, médica infectologista e gerente de Vigilância das ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), Aids e Hepatites Virais, da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), destacou a importância do acompanhamento da saúde da mulher na gestação.
“A gravidez é o momento onde a gente tem que ter um olhar pra essa mulher em relação a necessidade das testagens. Durante a gravidez ela tem que fazer o teste do HIV, na hora do parto também e não pode deixar de acompanhar essa gestante no puerpério”
A médica explica que, em Santa Catarina, a maior parte das mulheres descobre a HIV durante a gestação. Segundo Valim, apesar da grávida poder iniciar um tratamento e impedir durante a gestação a infecção do feto, muitas vezes o acompanhamento falha.
“A gente não pode perder a grávida. A partir do momento que eu tenho uma grávida que é testada, tenho que iniciar esse tratamento e não posso deixar de atender”
Crianças menores de 5 anos com HIV são reflexo de falhas no acompanhamento de gestação, explica médica 3w6h2b
Entre crianças com menos de 5 anos, Florianópolis tem 10,8% de taxa (casos por 100 mil habitantes) e ocupa, novamente, o segundo lugar do Brasil.
“Essas são taxas ruins realmente, principalmente quando a gente fala de menor de 5 anos, uma criança infectada pelo HIV”, afirmou Regina.
Conforme o boletim, casos de aids em crianças menores de 5 anos podem acontecer em função do abandono de acompanhamento médico, do diagnóstico tardio da infecção pelo HIV, da ausência de tratamento ou da dificuldade de adesão aos antirretrovirais.
SC tem segunda maior taxa de aids entre crianças menores de 5 anos – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Reprodução/NDA médica destacou que mulheres portadoras de HIV podem engravidar sem infectar a criança e também que é possível, principalmente no primeiro trimestre, evitar a transmissão de HIV.
Regina explica que as crianças são afetadas se a mulher não segue com o pré-natal ou que sabem que tem o HIV e não tratam.
“A gente tem registro de mulheres que adquiriram HIV no final da gestação e aram para o filho pela amamentação. É fundamental ter essa cobertura para a mulher, mas, infelizmente, a gente ainda tem falhas no acompanhamento da gestação”
SC tem quarta maior taxa de detecção de aids do Brasil 5k1i30
O boletim também mostrou que Santa Catarina ocupa o quarto lugar no ranking de taxas de detecção de aids (casos por 100 mil habitantes), com 25,3%.
Acima de Santa Catarina está Roraima (34,5%), Amazonas (32,3%) e Pará (26,3%).
Em relação às mortes por aids, apesar de Santa Catarina ocupar o 11º lugar do ranking, a taxa catarinense de 4,5% ainda é maior do que a média nacional, de 4,1 óbitos por 100 mil habitantes.
O que diz a prefeitura 423r5m
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde esclarece que, embora o exposto seja um desafio, possui base de dados local, com informações que divergem das oficiais enviadas pelo Ministério Saúde, e trabalha para alinhar a informação dos bancos de dados das instalações.
Segundo os registros, os piores índices de detecção de HIV em gestantes ocorreram nos anos de maior intensidade da pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), com repercussão nos índices das crianças nos anos subsequentes.
Autoteste de HIV 5z1e2a
Entre as medidas, a prefeitura esclarece que realiza forte sensibilização dos profissionais e população para testagem e detecção do HIV, CTRr (Centros de Testagem e Resposta rápida, um em cada policlínica) para testagem, tratamento para a doença e acompanhamento no pré-natal, além de autotestes de HIV, por exemplo.
Residentes de Florianópolis também podem solicitar autotestes de HIV pelo sitewww.ahoraeagora.org. Os testes podem ser recebidos pelo correio, retirados em um armário digital, localizado no Terminal Rodoviário Rita Maria, ou unidade de saúde. A iniciativa é uma parceria com o projeto “A Hora é Agora”.
Tratamento 341h4i
Pessoas vivendo com HIV podem iniciar o tratamento e realizar cuidados de rotina no Centro de Saúde com médicos e enfermeiros devidamente qualificados, sendo possível escolher qual unidade realizar o acompanhamento.
Situações de maior vulnerabilidade e complexidade contam com apoio da equipe de infectologistas dos CTRr, após encaminhamento do Médico de Família.
Uma pessoa que vive com HIV, recém diagnosticada, inicia o tratamento no mesmo dia. Paraconhecer os serviços dos CTRr, neste link.
