Os cuidados para evitar o contágio da Covid-19 parecem ter ficado de lado. É o que se percebe pelas ruas de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. As máscaras de proteção individual que deveriam cobrir nariz e boca dão lugar para queixo ou até mesmo penduradas nas mãos.
Apesar dos números de casos confirmados da doença estabilizados, a expectativa por parte dos órgãos de Saúde é que uma nova onda de contágio se aproxima.

Em Santa Catarina, desde o início da pandemia foram registradas 3.059 mortes, conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde de terça-feira (27). Em Chapecó, nesta quarta-feira (28) foi confirmado o 76º óbito, sendo de um idoso de 88 anos.
Conforme a médica infectologista Carolina Ponzi, esse não é o momento de relaxar com os cuidados de higienização, como uso da máscara, álcool em gel e evitar aglomerações, pois a pandemia não acabou.
“Talvez as pessoas estejam minimizando e pensando que a pandemia terminou e que não temos mais casos de Covid-19. Infelizmente vemos que a população está relaxando e isso foi muito evidente no feriado do dia 12, com pessoas viajando e festas com aglomerações. A tendência é que os casos e hospitalizações aumentem, além dos óbitos que voltem a aumentar”, comenta a médica.
Na Europa, as autoridades temem um novo colapso nos hospitais, além do aumento considerável de infecções. De acordo com Carolina, a grande maioria da população não está entendendo que a Covid-19 se trata de uma doença extremamente grave e que pode matar.
“Na Europa as pessoas estão entrando em isolamento novamente e temos que prestar atenção aqui no Brasil também, caso contrário vamos levar muito tempo para poder conter essa pandemia. Nós, médicos, vemos o que a Covid-19 faz e nunca baixamos a guarda. A população deveria entender isso, porque depois que acontecer é muito mais difícil de resolver e temos perdas muito grandes”, conclui a infectologista.