O Brasil recebeu um certificado de erradicação do sarampo da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) em 2016, porém um possível novo surto da doença preocupa infectologistas. As baixas taxas nacionais de cobertura vacinal dos últimos dois anos e dois novos casos confirmados da doença em São Paulo acendem alerta.

“O sarampo está voltando e isso se deve a dois fatores. Primeiro, pela entrada de pessoas de países não imunizados. Segundo, pelo fato de que as famílias deixaram em segundo plano a imunização completa das crianças por causa da pandemia do coronavírus. Está na hora de voltarmos a vida normal, o que inclui os cuidados com as demais doenças que podem nos afetar”, defendeu o cirurgião vascular e presidente da Universidade Corporativa da AMP (Associação Médica do Paraná), Dr. José Fernando Macedo.
No quadro Comportamento Saudável, do Balanço Geral Florianópolis, o médico explicou que “o sarampo é uma doença infecciosa aguda extremamente contagiosa e mais comum na infância. Pode levar a infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsão, lesão cerebral e até a morte”.
O temor é que, com a retomada das atividades após o arrefecimento da pandemia, a doença volte a se proliferar como no ano de 2019. Na época, o Brasil registrou 18.203 casos confirmados e 15 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Por conta disso, o país perdeu o certificado de erradicação da doença.

Quais são os sintomas do sarampo? 5dgp
“O sarampo se manifesta por febre, irritação nos olhos, corrimento no nariz e, principalmente, pelas manchas avermelhadas pelo corpo”, destacou o Dr. Macedo. Segundo ele, o vírus a de uma pessoa para a outra pelo ar, por meio de tosse, espirros, fala e até pela respiração.
No entanto, o Dr. Macedo ressaltou que “tudo isso pode ser evitado pelas vacinas, que estão disponíveis nos postos de saúde. Existe a tríplice viral, que além do sarampo protege contra caxumba e rubéola, e a quádrupla viral, que também atinge a varicela”.
Nas crianças pequenas, a primeira dose da tríplice viral deve ser aplicada aos 12 meses de idade e aos 15 meses aplica-se uma dose da quádrupla viral. Para as crianças mais velhas e adultos de qualquer idade, existem protocolos especiais que devem ser consultados nos postos de saúde.
“Deixar de vacinar é um dos maiores descuidos com a saúde das crianças. Faça sua parte! Não deixe de consultar seu pediatra e mantenha as vacinas em dia”, alertou o Dr. Macedo.