Saúde do coração: saiba qual a doença mais letal do mundo e como preveni-la 142q39

No Dia Mundial do Coração, cardiologistas de Florianópolis abordam prevenção das doenças cardíacas, que fazem cerca de 400 mil vítimas fatais, todo ano, só no Brasil 285a6s

Eles estão na profissão há décadas e, em locais diferentes, cumprem a mesma função: cuidar da saúde dos nossos corações. O primeiro é carioca, tem 30 anos de carreira, chama-se Fernando Graça Aranha e dirige o SOS Cárdio. O segundo é catarinense, chama-se Antônio Felipe Simão, tem 45 anos de profissão e atua no Centro Catarinense de Cardiologia. Neste 29 de setembro, Dia Mundial do Coração, com a palavra, os cardiologistas.

Cirurgia relacionada ao coraçãoInstituto de Cardiologia, onde o Dr. Felipe Simão atuou por mais de 40 anos, em São José, realiza duas mil cirurgias relacionadas ao coração, anualmente – Foto: Divulgação/ND

“O principal problema são as doenças isquêmicas que, em última análise, levam ao infarto. São as que mais matam relacionadas ao coração, não só em Florianópolis, como em qualquer lugar do mundo. São 400 mil mortes por ano, de coração, no Brasil”, alerta Graça Aranha, profissional há 16 anos na SOS Cárdio, hospital que atende uma demanda importante de cardiologia de Florianópolis e também de outras cidades.

Na avaliação de Graça Aranha, os homens são os que, geralmente, apresentam problemas cardíacos “por uma questão hormonal”. “Quanto mais idoso, mais provável é a doença do coração. Mas nós cansamos de ver jovens com doenças coronarianas e infartos. Sempre foi assim”, ressalta.

Segundo ele, dos pacientes que precisam fazer procedimento cardiológico ou cirurgia cardíaca, 60% são homens e 40% são mulheres: “Geralmente, pacientes que precisam se internar por infarto têm, em média, 60 anos ou mais”, comenta o cardiologista, que tem muitos pacientes marcantes na memória.

Médico do coração, Fernando Graça Aranha perdeu uma paciente de 100 anos nesta semana – Foto: Divulgação/NDMédico do coração, Fernando Graça Aranha perdeu uma paciente de 100 anos nesta semana – Foto: Divulgação/ND

“Essa semana, perdi uma paciente de 100 anos, que atendia desde os 92. Ela ou por vários momentos muito perigosos, mas era uma senhora com uma cabeça muito boa e chefiava uma família enorme. Está na minha cabeça essa semana”, comenta Graça Aranha.

Sobre o futuro da profissão, ele acredita que será mais fácil domar as doenças. “A cardiologia precisa dar um o rumo à prevenção. Hoje, temos tratamentos melhores e a chance dos pacientes sobreviverem é maior do que décadas atrás. Por outro lado, temos mais pessoas doentes. Estamos falhando no mundo todo na prevenção”, avalia.

Coração e Covid-19 4sb3s

Sobre a Covid-19 e os problemas do coração, Graça Aranha diz que existe correlação da doença com uma série de comprometimentos em vários órgãos, inclusive do coração.

“Existe relação entre a Covid-19 e um aumento da possibilidade de complicações na formação de coágulos e tromboses, que podem ser a base para infartos e comprometimento de outros órgãos”, destaca. Ele afirma, também, que existe relação entre a Covid e inflamações do coração, como miocardite e pericardite.

Paciente virou grande amigo 3v73j

Por mais de 40 anos, o cardiologista lageano Antônio Felipe Simão, que vive na Capital desde os dez anos de idade, atuou no IC (Instituto de Cardiologia), o principal órgão público de cardiologia do Estado, que fica em São José.

São duas mil cirurgias cardiovasculares por ano, além de cinco mil procedimentos na hemodinâmica, 12 mil consultas na emergência, 32 mil consultas ambulatoriais e 50 mil exames ambulatoriais.

Antônio Felipe Simão, médico do coraçãoO cardiologista Antônio Felipe Simão se lembra até hoje de um paciente que recebeu transplante de coração em 1976 – Foto: Divulgação/ND

Segundo Simão, infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral) são as doenças mais letais no mundo, o que deve mudar na próxima década: “Em 2030, o câncer deve ultraar. Isso vai acontecer por causa de tratamentos melhores e da prevenção”, destaca Simão.

Falando sobre pacientes marcantes na carreira, ele destaca o fundador do Grupo ND, Mário Petrelli, e também se lembra de um paciente transplantado na década de 1970, quando o procedimento começava no Brasil. Simão trabalhou, nesta época, com Euclides de Jesus Zerbini, primeiro médico a fazer transplante no país.

“Me afeiçoei a um transplantado, um homem muito bom. Isso foi em 1976. Ele tinha uma família grande, acabamos ficando muito amigos. Foi algo que me marcou muito. Ficou mais uns 10 anos vivo depois do transplante”, lembra o cardiologista. Aposentado do IC desde 2019, Simão segue a rotina, diariamente, no Centro Catarinense de Cardiologia.

Dicas de cuidados para o coração 334t12

Os cardiologistas entrevistados pelo ND+ também rearam dicas para o leitor. Confira:

  • Abolir o tabagismo, um fator de risco importante para doenças cardíacas;
  • Prática regular de exercícios físicos;
  • Hábitos saudáveis na alimentação, reduzindo, se possível eliminando carboidratos com alto índice glicêmico, por exemplo, arroz, batata, pães, farinha, suco de fruta, e alimentos multiprocessados;
  • Hereditariedade: pessoas com problemas cardíacos na família devem monitorar a saúde do coração e redobrar os cuidados. Atualmente, via exames, é possível estimar o risco de algum evento cardiovascular nos anos seguintes, o que serve de base para o aconselhamento e, eventualmente, para intervenção terapêutica.
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