Mais conhecido pela TV ou no cinema, como na série de comédia “O Mundo de Tara” (2009) e no filme “Fragmentado” (2016), o TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), anteriormente chamado de transtorno de identidade, é considerado raro, mas traz muito sofrimento para as suas vítimas.
Nele, as pessoas “fragmentam” sua personalidade e podem até mesmo não lembrar do que fizeram. O transtorno realmente existe e os pacientes costumam tratar de forma singular as suas outras personalidades. Dentro delas, há um “sistema” que contém vários diferentes eus, também chamados de alters, pessoas ou pessoalidades (ou pessoidades).

Recentemente, um perfil no TikTok intitulado como “sistema resiliência” conta a história de uma paulista com o transtorno. Segundo Giovana, a dona do perfil, há 18 personalidades que habitam o seu sistema (o cérebro).
Nos vídeos Giovana começa sempre dizendo: “Oi, meu nome é Giovana, tenho 24 anos e ao todo no sistema nós somos 18”.
A jovem conta que foi abusada sexualmente na infância, e que crê, segundo opiniões profissionais, que isso tenha gerado o trauma que causou a doença.
A fala da jovem combina com o que diz o manual de saúde MSDD, usado por profissionais do mundo todo. Segundo o documento, a causa do transtorno é quase invariavelmente trauma opressivo na infância.
O documento aponta que as personalidades são desenvolvidas geralmente dos 6 aos 9 anos de idade.
O diagnóstico se baseia na história, algumas vezes com hipnose ou entrevistas facilitadas por fármacos. O tratamento é psicoterapia a longo prazo, às vezes combinada com farmacoterapia para comorbidades por depressão e/ou ansiedade.
Confira um dos vídeos de Giovana: 1b1m21
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Personalidades fragmentadas em Santa Catarina 242b45
De acordo com a SES/SC (Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina) há apenas uma pessoa com TDI em território catarinense, dentro de uma gama de 750 pacientes com transtornos mentais diagnosticados e tratados no sistema público do Estado.
A psiquiatra Márcia Rodrigues afirma que o transtorno é raro e explica o sofrimento causado pela doença.
“Indivíduos com transtorno dissociativo de personalidade frequentemente experimentam lapsos de memória e não se lembram de eventos ou períodos de tempo significativos. Além disso, podem ocorrer mudanças abruptas de personalidade, percepção de si mesmo e da realidade, bem como comportamentos impulsivos”, conta.
Rodrigues aponta ainda que a prevalência dos transtornos dissociativos de personalidade é um tema complexo devido à natureza desafiadora de seu diagnóstico. No entanto, estima-se que esses transtornos sejam relativamente raros na população geral.
“De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, a prevalência do transtorno dissociativo de identidade é de aproximadamente 1% da população adulta. No entanto, é importante ressaltar que essa estimativa pode ser conservadora e que a real prevalência pode ser maior devido a subdiagnósticos e à dificuldade em reconhecer e identificar os transtornos dissociativos”, explica.
A médica diz ainda que a prevalência da doença pode variar em diferentes populações e contextos culturais. Ela aponta também que é preciso pesquisas adicionais para que os profissionais tenham uma compreensão mais precisa da prevalência desses transtornos e de seus fatores de risco.
TDI começa a ser conhecido 5x4py
O TDI começou a ser conhecido por conta de dois produtos da indústria audiovisual: a série de comédia “O Mundo de Tara” (2009), com três temporadas, em que a protagonista é uma dona de casa com o transtorno, e o filme “Fragmentado” (2016), suspense de M. Night Shyamalan, no qual um homem com TDI sequestra três garotas.
Recentemente, o ator que interpretou também o homem-aranha, Tom Holland, interpretou um homem diagnosticado com a doença na série “Entre Estranhos” (The Crowded Room). Nela, um homem mata outra pessoa e não consegue se lembrar do que fez.
Ao jornal Entertainment Weekly, o ator confessou ter encontrado dificuldades para sair do personagem depois das gravações da série.
“Eu estava me vendo nele, mas na minha vida pessoal. Lembro-me de ter um pequeno colapso em casa e pensar: ‘Vou raspar minha cabeça. Preciso raspar minha cabeça porque preciso me livrar desse personagem’. E, obviamente, estávamos no meio das filmagens, então decidi não fazer isso… Foi algo diferente de tudo que já experimentei antes”, disse.
Personalidades para fugir do trauma 4w666j
A australiana Jeni Haynes em entrevista ao portal inglês Dailly Mail, disse que criou 2,5 mil personalidades para sobreviver aos abusos do próprio pai.
Na entrevista, a australiana conta que quando era criança, foi estuprada e torturada inúmeras vezes pelo pai, Richard Haynes. O homem foi condenado a 33 anos de prisão pelo crime.
Segundo Haynes, para lidar com o trauma e as memórias horríveis, seu cérebro desenvolveu o Transtorno Dissociativo de Identidade e milhares de personalidades com nomes como Symphony, Muscles e Assassin.
Apesar dos efeitos duradouros do abuso, Haynes comemorou recentemente uma série de marcos, incluindo a mudança para sua própria casa, o lançamento de um livro de memórias – e um novo relacionamento, que ela oficializou no Facebook.
Atriz com a doença 3s5t4m
A atriz AnnaLynne McCord, de Barrados no Baile, revelou sofrer com TDI. A artista contou mais sobre a doença em uma conversa com o médico Daniel Amen – que atua como psiquiatra e especialista em distúrbios cerebrais, em um programa americano.
McCord conta na conversa que percebeu o transtorno quando estava em Barrados no Baile: Nova Geração. Ao procurar um médico, recebeu o diagnóstico.
“É um espectro grande, obviamente. Mas, o médico disse que eu tive de forma grave e eu tive separações, principalmente antes das minhas memórias voltarem. Na minha história, você vai me ver aparecendo com uma peruca preta e um pouco malvada, e em outras situações como uma criança inocente. Todos meus papéis foram de personalidades e eu não percebi até Barrados no Baile”, disse a atriz.