Quando tinha 18 anos, Inara Chagas precisou de um método anticoncepcional e, por indicação do médico ginecologista na época, sem muita pesquisa sobre o assunto, ou a tomar a pílula, combinada com a camisinha. Utilizou esse método por quatro anos até que ou a ter dor de cabeça e começou a se sentir desconfortável com o compromisso de precisar tomar o comprimido todos os dias, no mesmo horário.

Começou a pesquisar sobre o tema e, neste ano, optou por utilizar um DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, não-hormonal, que hoje é o quarto método contraceptivo mais seguro, com uma taxa de falha de apenas 0,3% a 0,8%.
“Eu queria voltar a ovular, menstruar, ter a experiência de conhecer melhor o meu ciclo, pois menstruação também é sinal de saúde… então houve uma combinação de fatores, essa vontade parar de tomar hormônios e meu descontentamento com a pílula, para que tomasse essa decisão”, conta ela.
Inara, que atua como social media, procurou então o sistema de saúde público de Florianópolis para conseguir a inserção do dispositivo. “Eu trabalho falando sobre sexualidade e saúde da mulher na internet. Por isso, eu já tinha a informação de que o DIU de cobre é disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde). Para saber como funcionava aqui em Florianópolis, mandei uma mensagem no WhatsApp do posto de saúde aqui do meu bairro, o Pantanal, pois agora na pandemia a triagem é feita pelo aplicativo. Então solicitei os dados sobre o uso do DIU de cobre e a enfermeira responsável me respondeu logo no dia seguinte com todas as informações necessárias”, conta ela.
Os contatos dos Centros de Saúde estão disponíveis por meio do link: https://sus.floripa.br/contatoscs/
A partir de então, o processo foi muito rápido, segundo ela. “Foi muito fácil. A equipe de saúde me explicou o que precisava para o procedimento e eu preenchia todos os requisitos, isso foi numa sexta-feira e me chamaram para colocar já na segunda de manhã. Fui com o meu namorado e disse para ele me esperar do lado de fora, pois não queria voltar sozinha, mas quando cheguei lá me disseram que ele podia ficar comigo. Mesmo eu trabalhando com esse tema, as enfermeiras fizeram questão de me explicar tudo, como funcionava, me aram todas as informações. A inserção em si foi muito tranquila, colocaram uma música relaxante, aqueceram a sala, pois estava frio. Foi um processo muito respeitoso e durou dez minutos”, explica.

Como conseguir o DIU 3m6l1p
Assim como Inara, mais de 1.700 mulheres já tiveram DIUs de cobre inseridos desde o início da pandemia da Covid-19 em Florianópolis. O dispositivo pode ser usado por até 10 anos e é disponibilizado gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde municipal.
A Secretaria de Saúde da Capital esclarece que, constantemente, médicos e enfermeiros são capacitados para a inserção do dispositivo. Em 2020, esse trabalho rendeu, inclusive, um prêmio concedido à prefeitura por um laboratório de inovação da Organização Panamericana de Saúde, em uma solenidade organizada em Brasília.
A colocação do DIU contribui para a diminuição do número de mulheres com gravidez indesejada, promove saúde reprodutiva e fortalece a autonomia feminina
A istração municipal alerta também que apesar de todos os benefícios, é importante ressaltar que o DIU não previne contra infecções sexualmente transmissíveis e os cuidados como o uso de preservativos devem permanecer após a inserção do dispositivo.
Para saber mais informações sobre o DIU ou outros métodos contraceptivos, a prefeitura orienta a população a procurar o centro de saúde mais próximo ou falar diretamente com a Secretaria Municipal de Saúde.
Conforme determina a Lei Municipal nº 10.199, de 27 de março de 2017, a Prefeitura Municipal de Florianópolis informa que a produção deste conteúdo não teve custo, e sua veiculação custou R$2.000,00 reais neste portal.