A sensação é de estar em um pulmão gigante que inspira e expira em ritmo uniforme. O som limpo da respiração só é poluído pelo bipe do monitor que controla a pressão.
Nos corredores, peças começam a se unir e a formar o aparelho mais cobiçado no mundo atualmente. Na fábrica da WEG, em Jaraguá do Sul, são montados os respiradores capazes de salvar vidas em meio à uma pandemia que assusta e interrompe a vida de milhares de pessoas.
Na cidade do Norte catarinense está situado o maior parque fabril de motores elétricos do mundo e a principal das 45 fábricas espalhadas em 12 países do mundo. E é daqui, do solo catarinense, que saem os respiradores que estão salvando vidas em todo o país.
Com dois contratos firmados, um com o governo do Estado e outro com o governo Federal, a WEG precisou inovar e se adaptar para fabricar um equipamento bem diferente daqueles aos quais já está acostumada. Até o momento, já foram entregues 270 para o Estado e 300 para o governo federal. Santa Catarina ainda irá receber outros 230 neste mês e, para governo federal, serão destinados outros 200 em junho e 450 em julho.
O maior desafio, explica Manfred Peter Johann, diretor superintendente da WEG Automação, foi conseguir os componentes necessários para a produção. Ele conta que há uma escassez desses componentes no mercado e a empresa precisou planejar uma forte ação logística para importar alguns desses componentes, especialmente da China e dos Estados Unidos.

A decisão da empresa foi de adequar a produção para fabricar, aqui mesmo, grande parte desses componentes. Embora peças e dispositivos importantes continuem sendo importados, 70% dos componentes que formam os ventiladores são fabricados na própria WEG.
“Para isso, houve uma adaptação nas fábricas e, para possibilitar todas essas produções, construímos uma fábrica de ventiladores dentro de uma fábrica já existente”, explica.
São cinco unidades fabris envolvidas no processo. “Nós estamos preparados para produzir mais se houver demanda, mas o nosso desejo é de que não seja necessário. Fizemos esse esforço para ajudar na capacidade produtiva, mas o desejo é de que não precisemos mais”, salienta.

Atualmente, a fábrica tem capacidade para produzir 50 ventiladores por dia e o início da produção foi na segunda quinzena de maio. O valor de cada ventilador é de R$ 60 mil, mas a fábrica ainda não fechou o cálculo de qual o valor de investimento na produção, afirma Johann.
Para conseguir produzir o equipamento, tão fundamental no tratamento da Covid-19, mais de 100 pessoas trabalham focadas nessa produção em três turnos diários.
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