Um dos casos mais brutais de Blumenau, no Vale do Itajaí, completa nesta segunda-feira (24), um ano. O assassinato de Jéssica Ballock, de 23 anos, e de seu filho, de apenas três meses de idade aconteceu na madrugada de um domingo, 24 de julho de 2022, segundo a Polícia Civil, e o pai do bebê, Kelber Henrique Pereira, é acusado pela morte de ambos.

Os corpos foram encontrados pela polícia na manhã do dia 25 de julho. Após degolar a esposa e matar o filho mais novo do casal com requintes de crueldade, Kelber teria ido embora de Santa Catarina, levando consigo o filho mais velho de Jéssica, encontrado alguns dias depois, em Munhoz (MG), com os pais do acusado.
Foragido, Kelber foi preso no dia 26 de julho, após a descoberta do crime, em Paulínia (SP). A investigação apontou que o homem teria ido embora para São Paulo, com destino ao município de Bragança Paulista (SP) com o carro da empresa onde trabalhava. Em ville, durante a fuga, ele ainda abasteceu em um posto de gasolina e saiu sem pagar.
A criança foi entregue aos pais de Kelber, em Minas Gerais, por estranhos, mas acabou sendo novamente enviada à Santa Catarina, ficando sob a guarda dos pais de Jéssica. Após a localização de Kelber, a Polícia Civil de Santa Catarina conseguiu fazer com que o acusado voltasse para Santa Catarina, ficando recluso no Presídio Regional de Blumenau a espera do seu julgamento.
Desabafo e apelo por Justiça 211s3
Um ano após o crime bárbaro, os pais de Jéssica Ballock clamam por Justiça. Manifestações de familiares já foram feitas em diferentes ocasiões, sempre pedindo por um posicionamento do judiciário, como forma de punir o acusado da forma mais coerente. O último manifesto, divulgado em reportagem pelo Portal ND+, aconteceu em março deste ano.
Familiares de Jéssica Ballock fizeram manifestação em frente ao Fórum de Blumenau, no dia 3 de março de 2023 – Vídeo: Divulgação/ND
“Faz um ano que nosso coração está enlutado, a nossa menina era tudo para a gente, era muito meiga, muito querida. Faz um ano que aconteceu este assassinato e até agora a gente não tem nada esclarecido. Então a gente está sem palavras para saber o porquê ainda não foi feito júri contra ele. (…) A nossa filha está morta e a gente não pode fazer nada”, afirmou Rogério Ballock, pai de Jéssica, em entrevista à NDTV.
A mãe de Jéssica, Marcileia Ballock, revelou que não conseguiu pegar no sono na noite que marcou a agem de um ano daquela celebração realizada naquela noite de 23 de julho de 2022, na casa dela. Na festa, Kelber itiu que bebeu, depois chegou a usar drogas, brigou e, por final, matou a mulher e o filho mais novo.
“É muito triste. Eu já chorei muito, estou chorando e ontem a noite não consegui dormir. Vai ando os dias, mas a gente não consegue esquecer. A gente sempre tratou bem esse moço na nossa casa e ele vai lá e faz essa crueldade com a minha família, sem motivo nenhum. Ele vem e acaba com o sonho da minha filha, acabou com nossa família”.
Após um ano, qual a atual situação do processo? 1y7i
De acordo com informações apuradas pelo Portal ND+ junto ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), o processo no qual Kelber é acusado pela morte de Jéssica e o seu bebê está em fase que antecede a sentença de pronúncia, sendo que já foram apresentadas as alegações finais pelo Ministério Público, após as teses levantadas pela acusação e defesa.
Ainda de acordo com o MPSC, ainda não houve sentença de pronúncia, determinando se Kelber irá ou não ar pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não possui uma data para acontecer.
O advogado Rodolfo Warmeling, que representa a defesa de Kelber Pereira no processo, acredita que com a sentença de pronúncia será possível estabelecer quais serão os próximos os a serem tomados. Desta decisão, pode haver recursos para a defesa de Kelber, embora ele permaneça preso.
“Nós estamos aguardando então a decisão de pronúncia, muito provavelmente, para saber se vai determinar que o Kelber vai a Júri ou não. No caso de pronunciando e submetendo ele ao julgamento pelo Tribunal do Júri, nós vamos analisar com bastante cautela os fundamentos, aquilo que foi reconhecido e itido na sentença de pronúncia e verificar a eventualidade de discutir alguns recursos nos tribunais superiores”, detalhou o advogado.
*Contribuiu o repórter Marco Aurélio Junior