A coletiva de imprensa com a empresa responsável pelo barco que emborcou na costa catarinense na última sexta-feira (16), com oito tripulantes, foi marcada pela tensão na noite desta quarta-feira (21). Quatro advogados e o dono da empresa, um médico que está dando assistência às vítimas, além de três dos cinco sobreviventes resgatados no sábado (17), participaram da coletiva.

A coletiva de imprensa foi convocada pela empresa responsável pelo barco, e aconteceu em Itajaí, Litoral Norte de Santa Catarina, de onde ele havia partido. Uma das denúncias, feitas por familiares dos tripulantes, era que a embarcação teria apresentado problemas antes de sair para alto mar.
Questionado, Wagner Camilo, advogado da empresa, não deu respostas precisas: ele afirmou que a embarcação só pode navegar se estiver com conformidade com os órgãos fiscalizadores, e que “o pescador é sempre livre embarcar ou não“. Os advogados chamaram as denúncias de “factoides”.
Segundo Maurício Manoel da Silva Filho, dono da embarcação, todos os tripulantes possuem seguro, carteira de trabalho assinada e carteira profissional de pesca.
A defesa da empresa ainda afirmou que o barco tinha 11 coletes salva-vidas para os oito tripulantes, ao contrário das denúncias dos próprios tripulantes, de que não haviam coletes suficientes para todos.
Como está o sexto resgatado do barco l5522

O estado de saúde de Deivid Luiz Monteiro Ferreira, sexto resgatado, no último domingo (18), também foi atualizado pelo médico que atendeu a vítima. Ele afirmou que Deivid chegou desidratado e com hipotermia, mas ele se recuperou e, agora, o paciente evolui positivamente.
Conforme noticiado pelo ND+, após ser resgatado do mar, Deivid foi levado para o Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, onde teria ado a noite no corredor da unidade. Ele só foi transferido para um quarto na manhã de segunda-feira (19). Ainda na segunda, ele foi transferido para o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde segue internado.
Inquérito em sigilo 382p6t
Questionados do motivo do barco ter avançado mesmo com a agem de um ciclone extratropical na costa do Estado, a defesa da empresa afirmou que, como o inquérito corre em sigilo de Justiça, não iria responder à pergunta.
O proprietário afirmou que já comprou as boias que devem fazer a sinalização do local onde a embarcação emborcou. Enquanto a sinalização não é feita, ela pode oferecer riscos à navegação local. O barco foi encontrado a cerca de 140 km de Florianópolis. O proprietário foi notificado para fazer a remoção.
Maurício Manoel da Silva Filho afirmou estar prestando auxílio às famílias dos sobreviventes e dos dois tripulantes que seguem desaparecidos, Alisson da Silva Santos e Diego Silva de Brito. A Marinha continua em buscas pelos dois.