‘Que a sociedade acorde’: exposição retrata vítimas e sobreviventes de feminicídio em SC 1e331c

Conforme o Observatório da Violência Contra a Mulher, Santa Catarina já registrou 22 vítimas de feminicídio até abril de 2023; sobrevivente faz relato comovente e alerta sobre o tema 15l5g

Retratos de vítimas fatais e sobreviventes do feminicídio em Santa Catarina estão à mostra na exposição “Cores de Cada Vida”, na Alesc (Assembleia Legislativa do Estado), que abriu nesta terça-feira (16). As imagens das 20 mulheres pintadas por artistas plásticos ficarão expostas até 26 de maio.

exposição retrata vítimas de feminicídio consumado e tentadoExposição retrata 20 vítimas de feminicídio tentado e consumado em SC entre 2012 e 2021 – Foto: Gabriela Ferrarez/ ND

Os retratos coloridos na Galeria Ernesto Meyer Filho Vinte mostram as vítimas de feminicídio tentado e consumado entre os anos de 2012 a 2021. Os casos aconteceram nos municípios de Tubarão, Criciúma, Araranguá, Braço do Norte, Içara e Laguna. A exposição foi inspirada em um documentário feito pela Polícia Civil sobre o tema.

A história do que aconteceu com cada mulher fica ao lado de cada retrato. Em todos os casos retratados na exposição as mulheres foram assassinadas ou sobreviveram a tentativas dos companheiros de matá-las.

Segundo a idealizadora do projeto, Clarissa Enderle, psicóloga policial civil, a ideia surgiu em 2019, quando a Polícia Civil percebeu o aumento dos casos de feminicídio no Estado.

“Uma forma sensível de representar um tema tão difícil. A gente espera que a sociedade acorde para este tema, e de como temos perdido mulheres que são importantes. Ao invés de nós falarmos em números, a gente vai falar de cada uma dessas vidas e das cores de cada vida”, explica.

Vítima de tentativa de feminicídio que sobreviveu faz alerta para vítimas de violência doméstica 5o466

Gabriela Angelo era agredida pelo esposo e em 2019, sobreviveu a um tiro dado pelo homem, que morreu em seguida. A sobrevivente é uma das vítimas retratadas na exposição.

“Aprendi a viver, eu estou viva e vou viver sempre feliz, porque tive a oportunidade que Deus me deu de estar aqui. Eu queria ser a última a contar uma história assim”, fala.

feminicídioSobrevivente de uma tentativa de feminicídio, Gabriela Angelo posa ao lado de seu retrato, pintado pelo artista Abrão Scotti – Foto: Gabriela Ferrarez/ ND

A sobrevivente faz um alerta importante para mulheres que são vítimas de violência domésticas e podem ser alvo de uma tentativa de feminicídio.

“Eu diria para não aceitar, procurar ajuda, não ter vergonha de falar, se encorajar para contar porque quanto mais a gente se cala, pior fica. Eu hoje estou aqui para contar a minha história, mas outras não estão. Denuncia, procure ajuda o quanto antes, vocês vão aprender a viver, saibam que lá fora tem ajuda, tem vida”.

SC já registrou 22 mortes por feminicídio em 2023 2u332s

Conforme o Observatório da Violência Contra a Mulher, Santa Catarina já registrou 22 vítimas de feminicídio até abril de 2023. O número é quase metade das mortes registradas pelo crime em 2022, quando 56 mulheres foram assassinadas.

Segundo o observatório, entre janeiro e abril deste ano, 9.647 medidas protetivas foram requeridas por mulheres ameaçadas por homens com quem já se relacionaram.

Aumento no número de feminicídios no interior 5r681z

Conforme a pesquisa feita por Jackeline Romio, doutora e mestre em Demografia Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), desde 2015 vem sendo registrada uma expansão da morte violenta contra em municípios fora da região metropolitana dos Estados brasileiros.

“Isso tem a ver com o que o pesquisador Daniel Cerqueira [Atlas da violência 2019] nota como movimento de espraiamento e interiorização do crime e sequente crescimento da morte violenta ligado às novas rotas de criminalidade nas diversas cidades do interior dos estados. Estes novos cenários se juntam a uma política de flexibilização do porte e posse de arma (Decreto nº 9.685 de 15 de janeiro de 2019) que também ampliou a letalidade de todas as formas de violência, inclusive a doméstica”, aponta a pesquisa.

Canais de denúncia contra a violência doméstica j3l1r

Disque denúncia da Polícia Civil – 181Disque denúncia – 180Polícia Militar- Emergências – 190

Para adicionar o Ligue 180 no WhatsApp, basta enviar uma mensagem para o número (61) 9610-0180 ou pelo link.

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