Após o vazamento de amônia em uma empresa de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, que deixou 28 vítimas e levou 18 delas aos hospital na noite de domingo (9), a Defesa Civil esteve no local para identificar as causas.

A primeira informação partiu de um funcionário da empresa que relatou que o vazamento de amônia iniciou em um registro utilizado para liberação de um fluido da tubulação.
O coordenador da Defesa Civil de Chapecó, Luciano Huning, explica que foi identificado que houve um extravasamento do gás em um cano de menos de uma polegada. Porém, devido à pressão muito forte, o gás extravasou e provocou uma nuvem tóxica.
“O vento, naquele momento, estava mais a leste e oeste e atingiu uma empresa em frente onde havia funcionários em fim de expediente que tiveram contato com o gás de amônia”, explica.
Conforme Huning, as vítimas estão todas bem e já receberam alta.
“Conversamos com as equipes técnicas responsáveis pelo local e fizemos uma avaliação. A atividade da empresa volta ao normal, mas agora estamos tratando planos de contingência nas duas empresas para evitar que situações semelhantes aconteçam”, pontua.
Erro de procedimento causou vazamento de amônia r2w52
Segundo o coordenador da Defesa Civil, o que houve foi um erro de procedimento. “Não houve um acompanhamento adequado do protocolo e houve falha no procedimento, o que causou o extravasamento do gás de amônia”, comentou.
Huning ressalta que a amônia é um gás extremamente irritante e que reage à água. “Portanto, reage à umidade dos olhos, à mucosa nasal e bucal, e isso provoca irritação e sensação de queimação. Também causa náusea, vômito e tontura”.
O coordenador destaca, ainda, que em Chapecó e região, muitas empresas trabalham com ambientes refrigerados que chegam a até 16 graus negativos.
“A amônia faz esse trabalho de gerar temperaturas extremamente baixas para a conservação de alimentos. Ou seja, ela é utilizada para refrigeração”.
Corpo de Bombeiros ressalta riscos do contato com o gás de amônia 4b1950
Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (10), o sargento do Corpo de Bombeiros, responsável pelo setor de comunicação, Duan Pedroso da Silva, explicou como ocorreu o vazamento e ressaltou os riscos do contato com o gás de amônia.
Segundo o sargento, os funcionários atingidos eram de uma empresa localizada em frente que faziam a troca de turno, por isso houve várias vítimas.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, 18 pessoas foram encaminhadas ao hospital. – Vídeo: Wilian Ricardo/De Chapecó
“O funcionário responsável não estava com equipamento respiratório no momento e, por isso, não conseguiu permanecer no local e controlar o vazamento”.
Silva ressalta que o gás de amônia é tóxico e extremamente perigoso, pode provocar lesões de pele, queimaduras e inclusive a morte.
“É um gás que em concentração de 2,5 mil a 4 mil partes por milhões pode causar morte em 40 minutos e se essa concentração for maior ainda de 5 mil a 10 mil pode causar morte instantaneamente”, explica.
Trabalho das equipes 3d2d5i
O sargento salientou o trabalho rápido das equipes do Corpo de Bombeiros que realizaram o atendimento às vítimas e também realizaram buscas no interior de ambas as empresas para garantir que não houvesse nenhuma vítima fatal. “As equipes entraram na empresa para fazer a dissipação através da água”.
“Das 28 pessoas que tiveram contato com o gás de amônia, 18 foram conduzidas para hospitais. Destas, quatro em estado crítico, seis em estado moderado e quatro em estado leve de intoxicação”.
Na empresa em frente a onde vazou o gás, sete pessoas foram encontradas em uma câmara fria. “Foi orientado que elas permanecessem lá até a dissipação completa do gás”. Todas as vítimas foram conduzidas para um local seguro.

O que diz a empresa? 6ub70
A empresa onde ocorreu o vazamento informou, em nota, que o incidente aconteceu no interior de uma sala de máquinas, sendo necessária a evacuação do local para realização dos reparos pertinentes.
A empresa esclareceu que o vazamento foi rapidamente contido e, com o auxílio da Defesa Civil, Bombeiros, SAMU, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e a Guarda Civil, prestou todo o apoio e e às pessoas que necessitaram de atendimento médico.
“Felizmente todas as vítimas envolvidas já tiveram alta hospitalar, sem nenhum dano”, ressaltou a nota.
A empresa informou, ainda, que o vazamento ocorreu somente na área externa da empresa e que atualmente o local está apto ao funcionamento. “Lamentamos pelo ocorrido e informamos que estamos focados e trabalhando para que esse problema não ocorra novamente”, finaliza.