A imobiliária Ibagy, que tem diversas unidades na Grande Florianópolis, descobriu no intervalo de uma semana dois crimes realizados contra ela por criminosos que se aram por outras pessoas utilizando documentos falsos – o golpe do falso aluguel.
Enquanto um dos crimes não chegou a ser consumado, uma vez que a falsidade foi descoberta ainda na elaboração de contrato, o outro foi revelado na última semana, após quatro meses de aluguéis atrasados. O prejuízo foi de mais de cerca de R$ 100 mil e o criminoso segue solto.
Criminoso ‘fez a limpa’ em apartamento de Barreiros, em São José. Prejuízo estimado por este golpe do falso aluguel é de R$ 100 mil- Foto: Reprodução/NDCriminoso fez a ‘limpa’ em apartamento 304h4y
A dor de cabeça da imobiliária começou na última semana, quando decidiu ir atrás de um inquilino que atrasava há quatro meses o pagamento dos aluguéis. O imóvel em questão fica na rua Célio Veiga, em Barreiros, em São José. Somente os três primeiros meses foram pagos. O contrato anual fora firmado em julho, com preço de cerca de R$ 3 mil por mês.
Ao procurar o titular do contrato, o homem que teve seus dados pessoais informados falsamente, a imobiliária descobriu que ele nunca tinha feito negócio com a Ibagy ou conhecia o criminoso. A revelação se deu ao comparar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) da vítima com aquela apresentada pelo criminoso.
Foi quando a imobiliária entrou com pedido de retomada do imóvel no cartório. “Quando conseguimos entrar, o apartamento estava vazio. Ele furtou tudo: TV, camas, eletrodomésticos…”, detalha Felipe Moya Rios Bozoklian, gerente operacional da Ibagy. Até itens que não costumem ser alvo de ladrões, como painéis de TV e luminárias, foram levados. O dano calculado é de cerca de R$ 100 mil.
Até esta quarta-feira (24), a Delegacia de Combate a Estelionato, de Florianópolis, trabalhava para identificar e prender o criminoso.
Imobiliária reforçou protocolos e descobriu tentativa de golpe 32285n
A Ibagy descobriu uma nova tentativa do crime nesta quarta-feira (24), após reforçar os mecanismos de autenticação dos documentos. Ao perceber que um segundo homem estava apresentando informações falsas ao tentar locar um imóvel em Palhoça, a imobiliária contatou a Polícia Civil.
Criminoso foi preso em flagrante nessa quarta-feira ao apresentar documentos falsos em imobiliária – Vídeo: Reprodução/ND
Ao apresentar a documentação no local, o suspeito foi preso. Dentre os documentos apresentados, havia comprovante de residência, carteira de trabalho digital, holerite e cópia de CNH – todos adulterados e em nome de terceiros, segundo a corporação.
O suspeito já havia sido preso no Estado em 2022, quando usou identidade falsa em nome de Ronaldo Caiado Filho, filho do governador do Estado de Goiás, para alugar imóveis em Florianópolis.
Ele ainda furtou parte dos móveis. O autor do crime estava preso na P (Central de Plantão Policial) até o fim da tarde desta quarta.
Golpe do falso aluguel tem mais incidência no Litoral 6c6x1b
De acordo com a delegada Michele Rebelo, diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis, o golpe do falso aluguel tem maior incidência durante o período de veraneio. Este crime costumam ocorrer com mais frequência no Litoral de Santa Catarina.
Para conquistar a confiança de corretores imobiliários, os criminosos costumam se apresentar com carros de luxo locados e realizar o pagamento dos primeiros aluguéis, destaca Rebelo. Geralmente, entregam documentos de pessoas que conhecem.
“Há um certo delay da imobiliária em descobrir que se trata de outra pessoa”, afirma Rebelo. “Para se ingressar com uma ação de despejo por falta de pagamento, leva um tempinho. Eles [os autores do crime] se aproveitam disso”, complementa Bozoklian.
“O perfil do estelionatário mudou. Hoje as mulheres e homens falam bem, tem boa oratório, se vestem bem. Parece que não há suspeita”, alerta a delegada.
“É bom que a imobiliária tenha mecanismos de verificação para ver se as informações readas pelo cliente são verdadeiras”, reforça a delegada. É importante ainda que o alugador não deixe a pressa para fechar negócio atropelar os procedimentos de segurança.
