Golpe do Spotify: entenda como cantor sertanejo usava IA para fraudar músicas e ganhar milhões 4a84m

O suspeito teria montado uma "fazenda de robôs" para enganar plataformas digitais e lucrar com os royalties de músicas escritas por outros artistas j5z6

O cantor sertanejo Ronaldo Torres, de 46 anos, é acusado de 27 condutas de estelionato digital pelo MPGO (Ministério Público de Goiás). Ele teria aplicado o “Golpe do Spotify”, que consistia em roubar músicas de outros artistas e utilizar robôs para lucrar com os royalties.

Cantor conhecido como Alex Ronaldo teria aplicado o Golpe do SpotifyRonaldo Torres foi a primeira pessoa do Brasil a ser presa por fraude em plataformas de streaming – Foto: @alexronaldooficial/Instagram/ND

O esquema milionário teria causado um prejuízo de R$ 6 milhões a compositores de todo o Brasil, que tiveram suas canções furtadas e publicadas sem autorização em plataformas digitais como o Spotify.

Conhecido pelo nome artístico Alex Ronaldo, o cantor trabalha com música há 30 anos, já participou de programas de televisão e alcançou o sucesso com a faixa “Sexta-Feira Sua Linda” em 2017.

Ele se tornou a primeira pessoa do país a ser presa por fraude em plataformas digitais de música. Após a prisão em o Fundo, no Rio Grande do Sul, em 5 de dezembro de 2024, Ronaldo Torres foi solto e responde ao processo em liberdade.

‘Fábrica de streamings’: entenda como funcionava o Golpe do Spotify 4e6d1m

GOlpe do Spotify usava robôs para lucrar com reproduções de músicas roubadasO Golpe do Spotify consistia em recriar músicas com IA e aumentar as reproduções com o uso de robôs – Foto: Reprodução/ND

Segundo o R7, Ronaldo Torres teria se aproveitado da confiança de outros compositores que compartilhavam seus rascunhos com ele. Através da inteligência artificial, o acusado recriava as canções e publicava no Spotify.

A inteligência artificial ainda era usada na criação das capas dos álbuns e de 209 perfis falsos nas plataformas digitais. O pix do cantor sertanejo era vinculado aos perfis e ele lucrava com os royalties.

As faixas roubadas acumularam 28 milhões de reproduções, também chamadas de “streamings”. O alcance, no entanto, era fabricado: o Golpe do Spotify contava com uma “fazenda de robôs” de mais de 30 milhões de players.

Ronaldo Torres é acusado de estelionato digitalRonaldo Torres teria lucrado R$ 6 milhões com os royalties das músicas roubadas – Foto: @alexronaldooficial/Instagram/ND

“Seria a primeira vez na história do planeta que se pegou uma fábrica de streamings funcionando”, destaca Fabrício Lamas, promotor de Justiça do MPGO, ao programa Goiás no Ar.

“Essa investigação começou no meio do ano ado, quando uma reportagem trouxe isso à tona. Começou com a insatisfação de diversos compositores que queriam que isso fosse investigado, mas que acreditavam que talvez não adiantaria trazer isso para as autoridades”, lembra o promotor.

Cantor Alex Ronaldo é suspeito de lucrar com o Golpe do SpotifySe condenado, o cantor pode enfrentar até dez anos de prisão pelo Golpe do Spotify – Foto: @alexronaldooficial/Instagram/ND

A polícia encontrou um HD (disco rígido) com mais de 3.900 músicas. Uma das vítimas do Golpe do Spotify foi Murilo Huff, cantor e compositor sertanejo que teve faixas usadas sem autorização.

O uso da inteligência artificial nas canções furtadas teria dificultado as investigações, mas o sistema MEDI (Materializador de Evidências Digitais e Informáticas) do MPGO tem auxiliado as autoridades.

Marcelo Borges, promotor de Justiça do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) explica que o sistema “se destina a coletar e validar provas que coletamos em ambientes digital virtual nas investigações desses crimes cibernéticos”.

Fazenda de robôs do Golpe do SpotifyA “fazenda de robôs” gerou 28 milhões de reproduções nas faixas publicadas pelos perfis falsos – Foto: Reprodução/Goiás no Ar/ND

Ronaldo Torres é acusado de violação de direitos autorais, estelionato e falsa identidade. Se condenado, pode pegar até dez anos de prisão pelo Golpe do Spotify.

Em nota ao Goiás no Ar, a defesa disse que o cantor está ajudando desde o começo da investigação e que ele mesmo cedeu as senhas de todos os aparelhos eletrônicos apreendidos. Também afirmou que ele “reconhece que errou e está profundamente arrependido”.

*com informações do R7

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