No último domingo (3), a influencer digital Kedma Oliveira, 27 anos, temeu pela própria vida. De Cuiabá (MT) e ando férias em Florianópolis com o marido, o empresário José Derli Júnior, e familiares, ela afirma que sofreu diversas agressões e acusa o enteado, após uma discussão com troca de ofensas.

Após a agressão, Kedma teria se trancado em um banheiro. Ela pediu socorro por meio de vídeos postados na rede social Instagram.
Na tarde desta segunda-feira (4), Kedma concedeu uma entrevista ao repórter do Grupo ND, Luan Vosnhak.
Ela relatou o momento das agressões e explicou que permaneceu em Florianópolis, até hoje, para fazer o exame de corpo delito e participar de uma reunião na Delegacia da Mulher. Ela informou que retorna ainda nesta segunda para Cuiabá.
A entrevista com Kedma pode ser vista no Balanço Geral Florianópolis de terça-feira (5), que começa às 11h50. A seguir, confira os principais trechos:
Fale sobre a vinda de vocês para Florianópolis. 1vi67
Kedma: Moro em Cuiabá (MT) com meu marido [Kedma quer terminar o relacionamento] em um condomínio. Chegamos em Florianópolis no final de dezembro, de carro, para ar a festa de ano-novo e voltaríamos lá pelo dia 12. Veio também o filho e a nora do meu marido.
Ficamos hospedados em uma casa alugada, na Cachoeira do Bom Jesus. Não saímos domingo, porque o filho do meu marido bateu o carro em Jurerê e foi apreendido.
Como era sua relação com o filho do seu marido? 6t3b6v
Kedma: Tranquila. Nunca tive problema, ele nunca deixou entender que não gostasse de mim, nem nada. Sempre respeitei o espaço dele e ele o meu. Eu não sei explicar, ele surtou. Ele estava defendendo o pai dele e joguei uma coisa pessoal do pai dele para ele, que envolvia um relacionamento antigo dele, com a ex. Daí ele surtou, veio pra cima de mim.
Quando aconteceu? Qual era o contexto? 3o143j
Kedma: Isso tudo foi no domingo. Era um churrasco, tínhamos bebido um pouco, mas ninguém estava bêbado, acho que nem se estivesse bêbado. A gente já saiu pra beber outras vezes e nunca aconteceu esse tipo de coisa. Quer dizer, nunca comigo, com ele já aconteceu outras vezes.
A reação dele te surpreendeu? 1ur1f
Kedma: Muito! Até então, na hora da discussão, estávamos trocando ofensas verbais. Eu saí e ele veio atrás, me empurrou na bancada. Depois, fui para o quarto.
Eu não estava encontrando meu celular. Eu falando, ‘quero meu celular’. E ele: ‘você vai ficar dentro do quarto, você tá bêbada’. Comecei a brigar e ele trancou a porta do quarto: ‘se você sair, vou bater em você.’
Eu tentava abrir a porta e ele estava segurando. Quando soltou, eu abri, ele socou um murro na minha boca. Sentei na cama, comecei a chorar. Meu marido entrou, começou a discutir também. Falei que não queria papo e discussão, só meu celular para ir embora.

Aí ele [o agressor] voltou, começou a me xingar, tentou me trancar de novo e o pai dele começou a apartar. O pai dele começou me segurar, ele [o agressor] veio em cima e começou a dar soco no braço, costela, cabeça. Quem conseguiu tirar ele de cima de mim foi a esposa dele, a Vanessa.
Fui para a sala, meu celular estava perto da bancada. Peguei, entrei no banheiro e liguei pra polícia. Consegui falar com a atendente. Na parte onde eu iria ar o endereço, a ligação caiu, entrei em desespero e postei no Instagram. Tirei print do endereço no Uber e mandei no grupo das minhas amigas, pedindo ajuda para chamarem a polícia.
A relação entre você e seu marido, como é? 4s2v6x
Kedma: Não tem como a gente continuar junto. Ele não me agrediu, mas me segurou, achando que iria ajudar em alguma coisa. Deu mais ênfase para o filho dele cair em cima de mim. Ele deveria ter segurado o filho dele, não eu. Não tem como voltar com uma pessoa que você confia e, no momento desse, ela te mostra o contrário.
Na delegacia, o delegado trouxe ele perto de mim, perguntou se queria falar com ele e ir embora junto. Falei que não, porque não confio mais. Eu não significo nada para ele. Preferi permanecer distante. Recebi mensagem dele, mas até o momento, não respondi, não tive contato.
Você temeu pela própria vida? i1h3e
Kedma: Sim. O que me assustou, além das agressões, foi alguém que está comigo há muito tempo ver o filho fazendo isso e a primeira coisa que saiu da boca dele depois do ato foi: ‘meu filho não fez nada! Você está errada, é sua culpa. Você também partiu para cima dele, tentando justificar. Pra mim, o mais dolorido é isso.
Que recado você aria a outras mulheres, diante disso que você ou no final de semana? 1s5t1u
Kedma: É muito triste que muitas mulheres em por isso. Muitas delas por situações piores que a minha e muitas delas não têm a chance de falar. Não tenham medo de denunciar o agressor, não importa quem seja: denuncie!
O que dizem os citados 4f1y58
A reportagem entrou em contato com a imobiliária do empresário José Derli Júnior, que informou que não vai comentar sobre o caso. A empresa também se recusou a ar o contato do advogado do suposto agressor.
No início da tarde desta segunda-feira (4), Derli Júnior se manifestou sobre o ocorrido por meio de uma mensagem postada no stories do Instagram. Ele disse que faz questão de compartilhar o que aconteceu e pediu para que seus seguidores aguardassem.
“Vocês concordam que toda a história tem dois lados?! Peço que antes de atirarem pedras, se permitam a escutarem e entenderem de fato, para aí sim tirar suas próprias conclusões”, diz a mensagem.
Chegada da Polícia Militar 6g2pr
De acordo com a Polícia Militar, a guarnição identificou três pessoas no local da denúncia. Os policiais entraram na residência acompanhados do proprietário. Diversos itens da casa estavam destruídos. Havia sinais de luta corporal, como sangue no chão e na mobília.
Ainda conforme a PM, a vítima foi encontrada no banheiro e estava muito exaltada. Os agentes teriam, então, negociado para que a mulher se acalmasse e saísse do cômodo. Contudo, a influencer teria dito que só sairia na viatura direto para a delegacia para registrar a denúncia.
Após o deslocamento de uma viatura de apoio, todos os envolvidos foram encaminhados para a 7ª Delegacia de Polícia Civil, no bairro Canasvieiras, para os procedimentos e o registro do boletim de ocorrência.
A delegada Eliane Chaves, diretora de Polícia da Grande Florianópolis, informou que o suposto agressor pagou fiança e vai responder o processo em liberdade.