Camila Florindo D’Avila, a jovem morta após ser sequestrada em Araquari, era irmã de Ester Florindo Aguiar, a mulher que ficou presa por cadarço após cair de um ponte no Norte catarinense. O acidente de Ester aconteceu dois meses após Camila ser levada por um grupo de homens.

Ester, 26, era irmã mais velha de Camila, que tinha apenas 23 anos. À reportagem do portal ND Mais, Ester conta que na hora que caiu no rio Parati e ficou presa por cadarço, no dia 25 de dezembro de 2024, só conseguia pensar em sua irmã.
‘Achei que ia morrer’, disse Ester após ficar presa por cadarço em ponte 2l5b20
O momento do resgate foi registrado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Araquari. No vídeo, Ester diz ao sargento da corporação que achou que iria morrer. “Não no meu serviço”, disse o responsável.
Em conversa com a equipe do ND Mais, Ester relatou que ela e o marido estavam sentados na estrutura de ferro. Quando o marido precisou trocar a posição de uma das pernas apoiadas na ponte, Ester se desequilibrou e caiu na água. “Mas não sei nadar. Afoguei, voltei e consegui me agarrar na pedra e firmar o meu pé”, relembrou.
Para ajudar ela, o marido amarrou os cadarços junto com a calça e jogou para Ester segurar. A equipe de resgate precisou realizar um trajeto de, aproximadamente, três quilômetros correndo pelo trilho do trem para chegar ao local onde o casal estava.
Após verificar a situação de Ester e do local, a equipe lançou a boia “life belt” para a vítima. Ainda no vídeo, é possível ver ela sendo rebocada pelo sargento. Enquanto levava Ester até a margem do rio, o bombeiro ainda brincou: “Aproveita o eio.”
Bombeiros correram 3 km para ar local e resgatar vítima – Vídeo: Divulgação/CBMSC/ND
Ela foi retirada do local com segurança e encaminhada ao Pronto Atendimento de Araquari para avaliação médica, pois apresentava leves escoriações e havia ingerido água do rio.
Sequestro e morte de Camila 2e2g2i
A irmã de Camila Florindo D’Avila contou à reportagem que o corpo da jovem ainda não foi liberado pelas autoridades. O cadáver de Camila foi encontrado, na última terça-feira (14), em Ibaiti, no Paraná, cidade que fica a 457 km de Araquari.
Conforme a investigação, Camila foi sequestrada em 8 de outubro de 2024, em Araquari, quando seis criminosos em dois carros clonados cercaram a casa dela. O objetivo do grupo era matar o marido da jovem, mas ele conseguiu escapar.
Com a fuga do alvo, eles pegam drogas e dinheiro e obrigam a jovem a entrar em um dos veículos. “Uma moça jovem, mãe de uma criança pequena e que não merecia ter ado por isso”, lamentou o delegado José Gattaz Neto.
A investigação apurou que o marido de Camila exerce uma função de liderança no PGC e cuida de negócios do tráfico. Dentro da organização, no entanto, existem inimigos com vontade de assumir esse poder. Só que para a mudança acontecer, o marido de Camila precisaria “cair”.
Marido segue foragido 5f2k3k
Até o momento, cinco suspeitos já foram presos. As prisões ocorreram em dezembro em São Francisco do Sul, Curitiba, Foz do Iguaçu. Outros dois envolvidos ainda seguem foragidos e serão incluídos na lista vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
Já o marido da jovem, o verdadeiro alvo da tentativa de assassinato do PGC, segue foragido e com mandado de prisão aberto por tráfico de drogas. Segundo as investigações, a maioria dos suspeitos tinha agens e era do Paraná. Foragidos, os homens podem estar escondidos no Paraguai.
“Eles têm residência na cidade de Foz do Iguaçu, cidade fronteiriça, e alguns elementos apontaram que eles migram para o Paraguai com frequência. Então, eles ficam entre Foz do Iguaçu e o Paraguai, por isso precisamos comunicar a Interpol”, explicou o delegado.
“A Polícia Civil não vai descansar até localizar todos os envolvidos nesse crime”, garantiu o delegado.