Marmitagate: entenda a polêmica e o que está por trás do projeto beneficente de marmitas em SC 2ier

História viralizou na internet e virou caso de polícia em Blumenau, no Vale do Itajaí 6s4y1j

Solidariedade, confusão, mentiras e investigação policial. Uma história  que seria digna de filmes de Hollywood aconteceu na vida real e atraiu olhares do país inteiro para Blumenau, no Vale do Itajaí nos últimos dias.

Marmitagate foi um dos termos mais utilizados na internet nos últimos diasProjeto beneficente distribuía marmitas para moradores de rua em Blumenau e região – Foto: Divulgação/Projeto Alimentando Necessidades/ND

O termo “Marmitagate” – que faz alusão ao escândalo de Watergate – foi um dos assuntos mais falados na internet na última semana. No centro de tudo isso está um projeto beneficente que visava distribuir marmitas, mas que acabou tendo uma exposição muito diferente do que esperava.

A história que viralizou nas redes sociais resultou na abertura de investigações da PC (Polícia Civil). Em nota emitida nesta quarta-feira (28) a PC informou que irá apurar o suposto “golpe das marmitas”, aplicado pela internet.

A investigação 6cq3o

Em conversa com a reportagem, o delegado Felipe Orsi, responsável pelo caso, explicou sobre as investigações. O delegado contou que um boletim de ocorrência foi registrado em Blumenau e a partir desse registro o trabalho da polícia se concentra em identificar outras possíveis vítimas para descobrir a quantidade de recursos arrecadados e se realmente ocorreu uma fraude.

“É importante ressaltar que há indícios (de fraude) e a polícia civil está se certificando de que há realmente o crime de estelionato”, disse à reportagem.

Ainda na quarta-feira (28) o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) emitiu uma nota explicando que também acompanha o caso e que recebeu duas representações sobre a suspeita do suposto projeto social.

Mas a história não começa por aí.

Exposição na internet 4j3z2x

Tudo começou no dia 18 de setembro, quando um grupo anônimo e autônomo especializado em pesquisas de dados públicos na internet expôs uma série de informações que levantaram suspeitas em relação a atuação do projeto Alimentando Necessidades.

Na espécie de dossiê, o grupo especializado em Osint – termo usado para descrever informação obtida em fontes disponíveis ao público em geral, explicou que fez uma ação conhecida por engenharia social e encontrou várias falhas nas histórias contadas pelas coordenadoras do projeto, questionou a veracidade de algumas histórias e pôs em dúvida até a existência de uma delas.

O início de tudo 1q3246

O projeto começou a chamar a atenção na internet quando Taynara Motta, jovem apontada como uma das coordenadoras, publicou um relato de um suposto estupro sofrido por ela. A história foi contada na Twitter, mas o que chamou a atenção dos internautas foi que ao final de tudo a jovem deixou os dados bancários do projeto, a fim de angariar doações.

Jovem relatou suposto estupro sofrido por ela e chamou a atenção da internet – Foto: Reprodução/NDJovem relatou suposto estupro sofrido por ela e chamou a atenção da internet – Foto: Reprodução/ND

Após a repercussão do relato da jovem, usuários da rede social começaram a prestar atenção e perceberam que o perfil da moça não possuía nenhuma informação pessoal sobre ela. Além disso, desde que foi criado, em outubro de 2021, o perfil ficava basicamente divulgando informações sobre o projeto Alimentando Necessidades.

O grupo que fez a exposição dos fatos ainda descobriu que nem a foto utilizada no perfil era original. A imagem utilizada pela mulher foi encontrada no Pinterest e a real dona possuía um nome totalmente diferente do utilizado pela coordenadora do projeto.

Outro indício encontrado pelo grupo foi que o perfil oficial do projeto no Instagram não seguia nenhuma Taynara Motta, o que deixava a entender que a jovem não possuía a rede social.

Ela realmente existe? 3z2i5s

Após não encontrar vestígios da presença da jovem na internet, o grupo responsável pelo dossiê foi além.

Os responsáveis pela pesquisa utilizaram uma base de dados de Santa Catarina e não encontraram nenhuma jovem residente na região de Blumenau com o nome de Taynara Motta, o que deu ainda mais fundamentos para a suspeita da inexistência da jovem.

Histórias viralizaram 4k522v

Ao mesmo tempo que o perfil de Taynara levantava suspeitas, a outra coordenadora do projeto também chamava a atenção na internet, porém relatando coisas consideradas absurdas recebidas pelo projeto.

A jovem Maria Eduarda Poleza utilizou o perfil no twitter para relatar dois casos que aconteceram. Um deles, inclusive, mostrava a mulher sofrendo assédio por mensagens de texto de um suposto doador. O caso, inclusive, repercutiu além da internet.

Em outra oportunidade, a idealizadora relatou ter recebido mensagens de uma conhecida oferecendo carne vencida. Apesar de parecerem legítimas, as histórias não convenceram parte dos internautas, uma vez que já haviam lido sobre o dossiê publicado pelo grupo. Alguns, inclusive, verificaram que a foto do suposto assédio sofrido pela jovem já havia sido publicada na própria rede social, por um perfil totalmente diferente.

Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND
1 3
Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND
Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND
2 3
Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND
Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND
3 3
Relato de assédio sexual viralizou nas redes de uma das coordenadoras do projeto - Divulgação/ND

Explicações 1i402a

Confrontadas, as coordenadoras do projeto decidiram se manifestar e explicar sobre o projeto. As duas meninas chegaram a gravar vídeos e publicaram no perfil oficial do projeto. Porém, nesta quinta-feira (29) somente o vídeo de Eduarda segue disponível.

Live com explicações 76s1i

A live prometida pela jovem no vídeo aconteceu na terça-feira (27). Em pouco mais de uma hora de transmissão, a coordenadora respondeu algumas perguntas sobre as atividades exercidas pelo grupo, mas não deu explicações sobre as suspeitas levantadas pelo grupo.

O que se sabe até o momento? 3485k

A reportagem do ND+ conseguiu o número de telefone de Maria Eduarda Poleza e tentou contato com a jovem para uma possível entrevista. Até o fechamento desta matéria, no entanto, a coordenadora do projeto não respondeu as mensagens e nem retornou as chamadas.

A equipe do portal também conversou com a Secretaria de Assistência Social de Blumenau, para saber se há algum registro do projeto na cidade. A resposta dada foi de que o CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) possui uma lista das entidades sociais, mas que esta não é uma prerrogativa obrigatória.

Em resposta, a pasta informou que o projeto Alimentando Necessidades não está na relação e a prefeitura desconhece a atuação da entidade.

Participe do grupo e receba as principais notícias
de Blumenau e região na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Segurança 5wu4o

Segurança

Execução em loja de bebidas: polícia não descarta envolvimento de facção em Florianópolis 2n5c41

Segundo a investigação, vítima era proprietária do estabelecimento em que foi morto e possuía divers ...

Segurança

Submarino do tráfico: FAB intercepta embarcação camuflada com uso de satélites e IA 6x225k

A operação inédita da Força Aérea Brasileira apreendeu o submarino semissubmersível, usado para leva ...

Segurança

Morte do Professor do CV: desconfiados, criminosos mandaram amante entregar arma à polícia 5u6l3r

Amante, que testemunhou morte do traficante, afirma que 'Professor' cometeu suicídio durante uma dis ...

Segurança

VÍDEO: Cantor de piseiro morto pediu ajuda na rua após ser esfaqueado por namorada de 17 anos 3g3v

Lucca Makezi, de 27 anos, correu ferido pedindo ajuda após ser atingido por facada; adolescente aleg ...