Após lutar pela vida durante 16 dias, Natasha Maria Silva Gonçalves de Albuquerque, de 30 anos, que havia sido vítima de tortura e teve 98% do corpo queimado por seu ex-cunhado, morreu na madrugada de domingo (8), no Rio de Janeiro.

O corpo de Natasha foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na tarde desta terça-feira (10).
A mulher estava internada no Hospital Pedro II em estado grave desde o dia 22 de setembro, quando sofreu queimaduras em seu corpo durante um incêndio provocado pelo suspeito.
Corpo queimado e marteladas 5h5e39
O caso ocorreu em Senador Camará, zona oeste do Rio, enquanto ela levava sua sobrinha para visitar o pai, Davi Souza Miranda. De acordo com informações, a tia levou a criança, pois o suspeito estava impedido pela Justiça de se aproximar da mãe da menina, devido uma medida protetiva.
No local, um pesadelo se desenrolou quando Natasha foi amarrada e torturada com um martelo pelo agressor, que também atacou as duas crianças que a acompanhavam: Luiza, de 5 anos, filha do próprio suspeito, e sua prima, Ana Beatriz, de 4 anos, filha de Natasha.

Após o ataque, o agressor incendiou a residência e obrigou a filha mais velha a fugir com ele. Mesmo ferida, Natasha conseguiu pedir ajuda aos vizinhos e foi levada às pressas ao hospital.
Frieza e desequilíbrio 114z11
Durante a audiência de custódia, foi revelado que Davi teria dito que mataria a ex-cunhada e a própria filha a marretadas, como forma de “mostrar à ex-companheira como era ficar sem filho”. Ele estaria inconformado que sua ex-companheira havia denunciado os crimes que ele praticou contra ela.
O suspeito foi capturado no dia seguinte ao crime, na zona norte da cidade, no bairro da Tijuca, por agentes da Polícia Civil e do Programa Segurança Presente.

Conforme o laudo do IML (Instituto Médico Legal), as duas meninas morreram em decorrência de traumatismo craniano. Uma das crianças foi encontrada com os pés presos sob uma cama box, com o corpo todo queimado.
“A frieza e desequilíbrio emocional do custodiado, apontados pela própria dinâmica dos fatos, é fator que pode contribuir para que as testemunhas se sintam constrangidas para prestar depoimento. […] Ressalte-se que a principal testemunha dos fatos é outra filha do custodiado e conta com apenas 13 anos, devendo-se destacar que a menor relata o temor que sente do pai, justamente pelo comportamento descompensado”, pontua a juíza Rachel Assad da Cunha