Os atos que ocorrem em frente ao 63º Batalhão de Infantaria do Exército, localizado no bairro Estreito, em Florianópolis, estão sob investigação da Polícia Civil. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (10) pelo delegado Márcio Fortkamp, da Delegacia do Continente, responsável pelo caso.

Manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais ocupam a frente da base militar há pelo menos 10 dias. O grupo chegou a bloquear a rua General Eurico Gaspar Dutra, onde fica o batalhão, prejudicando o trânsito local.
A apuração dos atos foi requisitada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) à Polícia Civil na semana ada. O objetivo, segundo o delegado Fortkamp, é investigar por meio de um procedimento de termo circunstanciado as denúncias de perturbação do sossego que foram feitas ao órgão estadual.
“Várias pessoas procuraram o Ministério Público e noticiaram os incômodos causados pelas aglomerações em frente ao batalhão. Em decorrência disso, [o MP] determinou a apuração do fato, que vai iniciar com os depoimentos das pessoas que procuraram o Ministério Público”, explica Fortkamp.
Em paralelo, a investigação buscará identificar os organizadores da manifestação, que serão intimados e ouvidos na sequência.
A mobilização seguia em frente ao 63º Batalhão de Infantaria, na noite de quarta-feira (9). De acordo com a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) os atos acontecem diariamente. Os manifestantes pedem “intervenção federal” para manter a “ordem” no país.
Nas calçadas foram colocadas grades para que as pessoas não avancem para a rua. No local há barracas com mantimentos, água e bandeiras do Brasil.
MPSC solicita providências a Polícia Militar 2s3221
Na noite da última segunda-feira (7), o MPSC encaminhou um ofício ao comando-geral da Polícia Militar solicitando em 24 horas as providências para a desobstrução total das vias públicas urbanas do Estado.
De acordo com o próprio Ministério Público, a medida é baseada na decisão judicial da Suprema Corte brasileira que determina a liberação completa de vias todo o Brasil. O MPSC informou que a solicitação foi respondida e está em análise.
As estradas de Santa Catarina estão completamente liberadas desde a última segunda-feira. O Estado chegou a contabilizar 75 pontos de bloqueios nas rodovias federais em diferentes regiões.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, afirmou na terça-feira (8) que o Ministério Público identificou empresários que estão financiando as manifestações.
De acordo com ele, esse tipo de envolvimento de executivos ocorre em diversos estados, incluindo Santa Catarina. O MPSC também vai apurar o uso de crianças como escudo durante as mobilizações nas rodovias.