Uma reunião virtual realizada pelo CEDH (Conselho Estadual de Direitos Humanos) de Santa Catarina nesta segunda-feira (16) sofreu insultos racistas e homofóbicos, após uma invasão de hackers.
O Conselho emitiu uma nota pública de repúdio ao ato, nesta quinta-feira (19). Um Boletim de Ocorrência foi registrado e a Polícia Civil de Florianópolis apura o episódio.

A live era realizada junto ao conselho da Mesorregião de Criciúma, e transmitida no canal do Youtube da SDS (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social).
A reunião contava com a presença de lideranças populares e sindicais do Sul do Estado, e debatia a construção do Plano Decenal Estadual de Direitos Humanos. Em nota, o CEDH relatou que os criminosos invadiram a live e gritavam, em tom de ordem: “pare de falar”.
Eles proferiram, ainda, injúrias racistas e homofóbicas contra os integrantes da reunião.
O ato foi feito “com o intuito de impedir a atividade, atingir as pessoas negras e transgênero que participavam e confrontar os palestrantes”, afirmou o Conselho, na nota de repúdio.
“Essa demonstração de violência não é novidade. Grupos criminosos estão intensificando ações de intolerância, preconceito e disseminando ideais nazistas e de supremacia branca no Estado de Santa Catarina”, continua.
O CEDH destacou a Lei nº 7.716/89, que pune a prática de racismo, a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, “já que essa conduta viola os princípios da dignidade humana e do Estado Democrático de Direito presentes na Constituição Federal.”
Polícia Civil investiga o caso 4n6u5c
“Todas as providências cabíveis a esse Conselho já foram tomadas para apurar as responsabilidades, identificar e punir exemplarmente os responsáveis. Contamos com o ir apoio das autoridades catarinenses para combater a atividade criminosa. O momento político exige um redobrado compromisso e acentuada vigilância do poder público e das organizações da sociedade civil para que os retrocessos, a intolerância e as violações aos Direitos Humanos sejam eliminadas de uma vez por todas”, conclui a nota pública do CEDH.
Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Civil de Florianópolis, que trabalha para apurar o episódio.
O caso é investigado pela DEIC (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Diretoria Estadual de Investigações Criminais).
De acordo com informações do delegado responsável, Luis Felipe Rosado, foi aberto um Inquérito Policial, a investigação já começou e está em sigilo.