Uma denúncia impactante surgiu nas redes sociais nesta quarta-feira (9), quando uma estudante apontou que havia um buraco entre as divisórias do banheiro feminino, no Ticen (Terminal de Integração do Centro), em Florianópolis. Segundo o relato, alguém usava um espelho para espiar através da abertura.

A publicação, que já alcançou mais de 70 mil visualizações no X (antigo Twitter), foi compartilhada pela estudante da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e professora de biologia Giovana, de 23 anos.
ATENÇÃO QUEM USA O BANHEIRO FEMINO NO TICEN!!!!
Eu sempre cuido quando vou aos banheiros pq infelizmente a gente tem que viver nessa paranoia, mas hoje eu estava muito apressada pra usar o banheiro e não reparei. Mas na cabine do meio tem um buraco na parede no chão. (Continua) pic.twitter.com/dhI7ymx6eZ— kansada (@joojvana) August 9, 2023
A jovem relatou que estava utilizando o banheiro do Ticen por volta das 12h40 da última quarta-feira (9), quando notou algo se mexendo no chão.
Na hora, Giovana não entendeu o que estava acontecendo pois só estava conseguindo ver um reflexo.
“Eu notei que era um espelho, no caso, um caco quebrado. Minha reação foi primeiro tapar o buraco, mas depois pensei o que eu ia fazer “, relembra a jovem.
“Fiquei com medo pois como era um caco, a pessoa podia inclusive me machucar. Também pensei em filmar pelo buraco, mas na hora pensei que seria errado também”.
Segundo a vítima, não foi possível observar com detalhes quem era o agressor, “como eu estava usando o banheiro, até eu me arrumar para ver a pessoa, ela conseguiu sair do banheiro”, afirma.
Nas imagens é possível observar que Giovana tenta tapar o buraco com a própria mochila e depois já com a cabine vazia, a jovem consegue uma melhor visualização do buraco que estava na lateral da divisória.
A jovem complementa afirmando que no momento não conseguiu encontrar nenhuma autoridade no local e que devido ao horário do transporte, não foi possível acionar também a polícia.
“Na hora só me deu raiva mesmo e senti que precisava avisar as meninas”, relembra a jovem.
O que fazer nesses casos 93j4l
Os funcionários das plataformas do Ticen relataram ao ND+ que os vigilantes não têm permissão para intervir em uma situação como a descrita pela estudante.
Uma testemunha que não quis se identificar disse que os vigilantes podem apenas testemunhar na delegacia e que a própria vítima deve realizar a denúncia para a PM (Polícia Militar) ou GMF (Guarda Municipal de Florianópolis).
“Os guardas podem apenas servir como testemunha em um B.O (Boletim de Ocorrência), estamos proibidos de entrar nos banheiros”, relata a testemunha.
No entanto, a Cotisa, empresa que istra a segurança no terminal afirma que em uma situação como essa, o guarda está autorizado a realizar uma abordagem verbal e caso ocorra uma resistência deve ser efetuado a remoção do importunador, sem o uso da violência.
A empresa afirma ainda que “em qualquer situação de assédio que se tomar conhecimento, acionamos a GMF para serem tomadas as providências”.
O buraco foi reparado algumas horas depois do ocorrido: “os funcionários verificaram cada banheiro do terminal e vedaram o buraco”, diz a empresa.

A GMF informa que em casos de flagrantes de importunação sexual, a guarnição pode ser acionada assim como também encaminha a vítima para a delegacia de polícia para a abertura de um boletim de ocorrência.