Servidores de Florianópolis cobravam propina com obra quase pronta, diz polícia 295z3c

Estratégia aumentaria prejuízo dos construtores em caso de demolição, assegurando propina, afirma polícia; esquema atingiu obras regulares e irregulares 6t2p69

Com ameaças de demolição da obra, os servidores municipais investigados por supostamente cobrar propina para avalizar construções em Florianópolis aguardavam os empreendimentos estarem em estado avançado, de acordo com a Polícia Civil. Os fatos foram registrados em 2022.

Com essa estratégia, a intenção dos servidores era tornar ao proprietário o prejuízo da demolição “muito maior” do que o pagamento da propina, aponta a investigação ainda em andamento da Decor (Delegacia de Combate à Corrupção e Investigações de Crimes Contra o Patrimônio Público). O inquérito está aberto há cerca de um ano.

Servidor foi preso nesta sexta-feira (18) em FlorianópolisVídeo mostra servidor cobrando propina de construtor em Florianópolis em meados de 2022 – Foto: Divulgação/ND

Pelo menos seis pessoas são investigadas – dentre elas três servidores municipais e três construtores. O inquérito policial apura se os construtores se beneficiaram do esquema para burlar a fiscalização e erguer obras irregulares.

O ND+ teve o ao pedido de busca e apreensão apresentado pela Polícia Civil no último dia 5, e que resultou na prisão do servidor municipal Felipe Pereira na última sexta-feira (15). O documento apresenta detalhes da investigação.

Ex-chefe de fiscalização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), Pereira foi gravado em meados do último ano supostamente cobrando propina de um construtor na Capital.

O ND+ teve o ao vídeo do momento em que Felipe recebe a propina. O servidor afirma que o valor acertado seria de R$ 90 mil caso o pagamento fosse realizado à vista, ou R$ 110 mil se fosse parcelado – Vídeo: Divulgação/ND

Além de Pereira, a Polícia Civil ainda investiga:

  • Nei João da Silva, o ex-diretor de Fiscalização na SMDU (Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano), apontado também como destinatário da propina;
  • Carlos Augusto de Jesus, ex-gerente da fiscalização da Floram. Segundo o inquérito, ele “participaria do esquema criminoso, em conluio com o investigado Felipe”.

O processo também tem como alvo os construtores:

  • Arlan Nunes Quell
  • Giovane Ribeiro
  • Maurício Sullyman.

No caso dos construtores, a investigação apura se o pagamento de propina foi oportunizado pelos empresários para avalizar obras irregulares em Florianópolis.

Pagamento às sextas-feiras e pagamento milionário: como era o esquema de propina em Florianópolis 28737

O inquérito policial detalha fatos ocorridos durante o ano de 2022, mas não especifica quando começaram as cobranças, tal como o número total de vítimas. Comprovantes de transações bancárias, PIX, relato de vítimas e a troca de mensagens ampararam a investigação.

Os investigados recebiam a propina tanto para fornecer avais para construções irregulares e com às regulares. No início, o pagamento das cobranças era realizado nas sextas-feiras, quando os empreiteiros se reuniam na sede da SDMU. Posteriormente, Pereira ou a recolher pessoalmente os valores.

Quando os pagamentos atrasavam, os construtores costumavam ter as residências ameaçadas de demolição, de acordo com o processo. Uma das vítimas que depôs contou que “teve sua casa no bairro Ribeirão da Ilha demolida, de um dia para o outro”.

Os servidores faturavam pelo menos R$ 2 milhões por mês, detalhou nesta segunda-feira o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, em entrevista à NDTV.

As cobranças pessoais, tal como de termos como “documentos” nas mensagens de texto para se referir ao dinheiro, era a forma encontrada por Pereira para não produzir provas.

“A Polícia enfrentou grande dificuldade no levantamento de informações acerca dos crimes cometidos pelos investigados, pois as possíveis vítimas (principais construtores e empreiteiros da cidade) afirmavam que se falassem sobre o assunto não conseguiriam mais licenças para continuarem atuando na construção civil no município”, registrou o juiz Elleston Lissandro Canali.

O que dizem os investigados m58z

Procurados pelo ND+, o advogado Eduardo Herculano, que representa Felipe Pereira e Carlos Augusto de Jesus, informou que não irá se manifestar sobre o caso.

“Vamos colaborar com investigação. A gente pretende provar a inocência dele e mostrar a verdadeira intenção por trás dessa notícia”, afirmou o advogado André Kinchescki, que representa Nei João da Silva. Ele não atua mais na prefeitura desde janeiro.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Maurício Sullyman Miller Rodrigues, mas não obteve retorno até o fechamento. Não foram localizadas as defesas de Arlan Nunes Quell e Giovane Ribeiro.

A prefeitura de Florianópolis informou que Pereira está afastado do cargo. Ele segue preso.

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